O cérebro humano é mesmo uma caixinha de surpresas, capaz das mais surpreendentes ações. De acordo com o Instituto de Genética Humanade Münster, na Alemanha, é provável que cerca de 2% da população mundial não seja capaz de simplesmente reconhecer o próprio rosto, de outras pessoas ou até mesmo de personagens de desenhos animados. Esse distúrbio recebe o nome de prosopagnosia.
O que é prosopagnosia
O sintoma foi identificado pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando o neurólogo alemão Joachim Bodamer atendeu soldados com lesões graves na cabeça e a falta de habilidade para reconhecer rostos de seus companheiros e de seus familiares. O médico, então, concluiu que as áreas responsáveis pela visão e pelo reconhecimento eram distintas. No entanto, a prosopagnosia só foi incluída na literatura médica em 1976.
De acordo com o neurologista Rodrigo Rizek Schultz, existem vários tipos de agnosias. “Elas podem ser visuais; por exemplo, a prosopagnosia é um transtorno visual. A pessoa pode ter dificuldade em reconhecer e diferenciar animais como um cachorro de um gato. Ela pode ter dificuldade em encontrar o carro no estacionamento, ou seja, ela acaba encontrando o carro pela placa, não pelo modelo”, exemplifica. Há ainda a agnosia auditiva, em que o indivíduo tem dificuldades para diferenciar um som de outro.
Como se origina
A prosopagnosia pode ter causas genéticas, aparecer devido à lesões nas regiões posteriores do cérebro ou estar acompanhada de doenças degenerativas. De acordo com pesquisas do Instituto de Genética Humana de Münster, se o pai ou a mãe possui o sintoma, há a probabilidade de 50% da prosopagnosia se manifestar nos filhos. Entretanto, não há diferença entre os sexos porque a prosopagnosia se manifesta com a mesma frequência em homens e mulheres.
Diagnóstico
Para o diagnóstico, é necessário que um neuropsicólogo adeque os testes de reconhecimento conforme a cultura do indivíduo. Uma série de rostos de pessoas famosas (como o Papa Francisco ou o Pelé), normalmente sem o cabelo, são mostradas e pede-se para que a pessoa identifique quem são. Normalmente, os pacientes também levam fotos de familiares ou conhecidos. Depois, passam pela avaliação de um neurologista.
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Texto e entrevista: Érica Aguiar
Edição: Natália Negretti