A doença leva o nome em homenagem a James Parkinson, que em 1817 a descreveu em um trabalho denominado “An Essay on the Shaking Palsy”. Os sintomas da síndrome são diversos e caracterizados por uma deficiência do sistema dopaminérgico nigroestriatal, que é um conjunto de células responsáveis pelos movimentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge de 1% a 2% da população mundial. É um distúribio neurológico, crônico e progressivo, que atinge o Sistema Nervoso Central (SNC) e compromete os movimentos. As estatísticas mostram que, na maioria dos pacientes, ela surge dos 55 aos 60 anos e sua prevalência aumenta a partir dos 70 ou 75 anos.
Como ocorre?
Existe uma área no cérebro, localizada próxima ao sistema dopaminérgico, conhecida como substância negra. É ela a responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos. Quando essa região está acometida – ou morta – podem surgir os tremores característicos da doença. A morte dessa célula cerebral – e de outras – desencadeia o Parkinson.
Quais são os sintomas?
Eles variam de um paciente para o outro. Em geral, no início, se apresentam de maneira lenta, insidiosa e o paciente tem dificuldade de precisar a época em que apareceram pela primeira vez. “O tremor é geralmente o primeiro a ser notado pelo paciente e acomete primeiramente um dos lados, usualmente uma das mãos, como a dificuldade de segurar um objeto ou ler. É mais intenso quando se está em repouso e desaparece quando em movimento. Este tipo de sintoma é o que faz com que o paciente procure auxílio especializado”, diz o médico Renato Igino dos Santos. Rigidez muscular, redução da quantidade de movimentos, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, depressão, dores, tontura e distúrbios do sono, respiratórios e urinários também são outros sintomas que mostram o início da síndrome.
Como é o tratamento?
Pode ser medicamentoso, psicoterápico e até cirúrgico em alguns casos. O tipo medicamentoso é feito à base de drogas neuroprotetoras que visam evitar a diminuição progressiva de dopamina. O psicoterápico ocorre em função da depressão, perda de memória e do aparecimento de demências, podendo incluir a prescrição de medicamentos antidepressivos e de outros psicotrópicos.
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Parece, mas nem sempre é
Diversas enfermidades provocam sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson. É o chamado parkinsonismo, que pode aparecer ou não atrelado à doença.Confira as mais comuns:
*Sequelas de encefalite. Sintomas: tremor reduzido, mais rigidez e movimentos involuntários com a cabeça e com os olhos.
*Sequelas de pequenos derrames. Sintomas: as pernas são mais afetadas, com pouco tremor, fraqueza muscular e até demência.
*Medicamentos antidepressivos, antipsicóticos e antináuseas. Alguns remédios para tratar a depressão, por exemplo, podem causar o parkinsonismo. Sintomas: tremores sentidos nos dois lados do corpo, que somem depois de a medicação ser suspensa.
*Atrofia de múltiplos sistemas. É uma baixa resposta a alguns medicamentos do Parkinson. Sintomas: Queda da pressão arterial ao erguer-se.
*Paralisia supranuclear progressiva. Sintomas: rigidez na região do pescoço e do tronco e dificuldade em realizar movimentos oculares.
Texto Isabelle Hoffman e Bárbara Gatti/Colaboradoras Consultoria Renato Igino dos Santos, médico clínico geral