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É importante garantir a preservação da fertilidade na pessoa transgênero
É importante garantir a preservação da fertilidade na pessoa transgênero

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Dia da Visibilidade Trans: é preciso preservar fertilidade em transgêneros

A fertilidade da pessoa transgênero pode ser preservada com congelamento de sêmen e óvulos antes do processo de redesignação sexual

Cirurgias e terapias hormonais causam grande impacto sobre a fertilidade de pessoas trans, entretanto, o congelamento de gametas é opção para garantir possibilidade de gravidez biológica no futuro

No dia 31 de março comemoramos o Dia Internacional da Visibilidade Trans. A data é importante para reforçar a garantia da proteção social à população transexual e travesti.

A fertilidade na população transgênero

Por não se identificarem com o sexo designado no nascimento, muitas pessoas transgênero recorrem às cirurgias de afirmação de gênero e terapias hormonais, um recurso para ficarem confortáveis em seus corpos. No entanto, pouco se fala sobre o impacto desses tratamentos na fertilidade, que, posteriormente, pode tornar-se uma questão importante para essa população.

“Nas cirurgias de afirmação de gênero, que consistem na remoção dos testículos ou do útero e ovários, a fertilidade é prejudicada de maneira irreversível. Mas mesmo pessoas transgênero que não são submetidas a esse tipo de procedimento podem sofrer com infertilidade devido ao uso de hormônios”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

Claro que a adoção é uma opção, entretanto, algumas pessoas desejam a maternidade ou paternidade biológica. É por isso que a preservação da fertilidade precisa ser pensada antes de dar início ao processo de afirmação de gênero.

Esse assunto tem se tornado uma questão cada vez mais importante para indivíduos e merece atenção da medicina.

O sonho de ter um filho

Segundo o especialista, para pessoas transgênero que desejam ter filhos no futuro, o congelamento de gametas é a melhor opção. “A criopreservação é uma técnica de congelamento que pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Na temperatura de -196ºC, essas estruturas mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando sua viabilidade”, diz.

Por exemplo, pessoas transgênero designadas com o sexo masculino no nascimento podem realizar o congelamento de sêmen, que é coletado através da masturbação. “Já pessoas transgênero designadas com o sexo feminino no nascimento podem realizar o congelamento de óvulos, que são coletados, por meio de uma agulha, diretamente dos ovários após um período de estimulação hormonal.”

Congelamento de gametas

Assim, quando o paciente estiver pronto para ter um filho, os gametas podem ser descongelados para que sejam fecundados em laboratório junto ao gameta oposto, que pode ser obtido de um parceiro ou de um banco de doação, em um procedimento conhecido como Fertilização In Vitro (FIV).

“O embrião formado a partir da união do óvulo e do espermatozoide é então transferido para o útero. Nesses casos, o bebê pode ser gestado pelo parceiro, caso possua um útero viável, ou por uma barriga solidária, uma pessoa que esteja disposta a gestar o bebê sem fins lucrativos. Mas existem regras rígidas no que diz respeito à barriga solidária, que deve ter mais de 18 anos e ser parente sanguínea de até quarto grau. Quando não há grau de parentesco, é necessária autorização do Conselho Federal de Medicina para realização do procedimento”, afirma o médico.

Prado ressalta que a criopreservação dos gametas deve ser preferencialmente realizada antes do início da terapia hormonal. “O congelamento de óvulos e sêmen pode até ser feito após o início da hormonioterapia. Mas, nesses casos, o uso de hormônio deve ser descontinuado por um certo período e ainda assim a qualidade do material biológico pode ser afetada. Por isso, é cada vez mais importante que a preservação da fertilidade em pessoas transgênero seja amplamente discutida”, finaliza.

FONTE: 

Dr. Fernando Prado é médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. Além disso, é Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Atualmente, é Diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Instagram: @neovita.br

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