Mesmo após a realização de exames e check-up médico, algumas pessoas podem sofrer com sintomas persistentes que geram grande mal-estar. Fadiga constante, sensação de inchaço, dificuldade para emagrecer e alterações no sono ou no humor são alguns deles. Segundo a endocrinologista Fernanda Parra, esses sinais podem estar relacionados a desequilíbrios que muitas vezes não são detectados em exames clínicos.
“Os exames de rotina são fundamentais, mas nem sempre suficientes. Muitas alterações sutis, principalmente hormonais ou inflamatórias, podem passar despercebidas nos resultados”, explica a médica especialista em saúde metabólica.
De acordo com ela, diversos fatores podem justificar essas reações do organismo, mesmo na ausência de alterações detectáveis nos exames básicos. A seguir, a endocrinologista detalha quatro causas que podem estar por trás desses sintomas comuns:
1. Desequilíbrios hormonais
Alterações discretas na produção hormonal, especialmente da tireoide ou do cortisol, podem provocar sintomas significativos. “O hormônio do estresse pode causar sintomas mesmo quando os exames indicam resultados dentro da faixa de referência”, ressalta a médica.
2. Inflamações leves no organismo
Estados inflamatórios leves e persistentes, geralmente relacionados ao estilo de vida, influenciam diretamente no metabolismo e na disposição. No entanto, esses problemas não costumam ser identificados nos exames.
“Avaliações clínicas mais completas, com exames funcionais, hormonais detalhados e testes de inflamação, podem oferecer uma visão mais ampla da saúde do paciente”, sugere a endocrinologista.
3. Desequilíbrio intestinal
Distúrbios na flora intestinal estão relacionados não somente a desconfortos gastrointestinais, mas também ao humor, imunidade e à absorção de nutrientes pelo organismo.
“A saúde intestinal desempenha um papel cada vez mais reconhecido no bem-estar geral. Alterações na microbiota, por exemplo, estão ligadas a problemas como inchaço, distúrbios digestivos e até impacto na saúde mental”, afirma Fernanda.
A médica reforça que mesmo com níveis ‘aceitáveis’ de vitaminas e minerais nos exames, “o organismo pode apresentar sintomas de deficiência, especialmente quando há má absorção ou maior demanda individual”.
4. Maus hábitos na rotina
O sedentarismo, o estresse crônico e as noites mal dormidas são fatores que afetam profundamente a regulação hormonal e o metabolismo, e muitas vezes não aparecem em exames.
“Os exames de rotina são fundamentais, mas nem sempre suficientes. Muitas alterações sutis, principalmente hormonais ou inflamatórias, podem passar despercebidas nos resultados”, pontua Fernanda.
Importância de ir além dos exames clínicos
Segundo Fernanda Parra, buscar avaliação médica especializada e realizar exames laboratoriais são importantes para restabelecer a saúde e o equilíbrio do organismo. Mas a escuta ativa e a análise individualizada também são essenciais. “Nem tudo que afeta o bem-estar aparece nos exames. O olhar clínico atento ainda é o principal instrumento diagnóstico”, ressalta a endocrinologista.
