O aumento dos casos de candidíase é comum em todo verão. Essa infecção fúngica, que atinge cerca de 75% das mulheres ao longo da vida, é aumentada em dias de calor combinados com uso de roupas mais justas e sintéticas que criam o ambiente perfeito para a proliferação do fungo Candida albicans.
A fisioterapeuta pélvica Débora Pádua explica que, no verão, os casos de candidíase podem aumentar em até 30%. Quando a infecção acontece de forma repetitiva – problema conhecido como candidíase de repetição – pode gerar inflamações que sensibilizam os tecidos vaginais.
Além do desconforto habitual, a candidíase pode desencadear dores durante a relação sexual, conhecida como dispareunia. Se não tratada, pode evoluir para um transtorno de dor gênito-pélvica. “Essa condição torna a relação sexual dolorosa e, em casos mais graves, pode levar à dispareunia crônica, afetando tanto a saúde física quanto emocional”, alerta a especialista.
De acordo com Débora, cerca de 30% das mulheres que apresentam candidíase recorrente relatam dor durante a relação sexual, o que pode desencadear uma condição de tensão muscular e sensibilidade exacerbada na região pélvica. “Esse ciclo de dor e desconforto gera ansiedade e medo associados à relação sexual, agravando o quadro clínico”, afirma.
Medidas de prevenção
Em especial no verão, o uso frequente de roupas molhadas, como biquínis, e a transpiração excessiva criam um ambiente propício para o crescimento do fungo. O mesmo acontece por conta das alterações no pH vaginal, agravadas por banhos de piscina ou mar ou ainda pelo hábito de não trocar absorventes íntimos regularmente durante viagens ou atividades prolongadas.
Assim, para afastar a ameaça da candidíase vaginal, a higiene da região deve ser feita com sabonete de pH neutro. Optar pela calcinha de algodão, não usar absorvente íntimo todos os dias e evitar roupas muito justas ou molhadas por tempo prolongado também são cuidados indicados.
“Tudo isso são ambientes que favorecem a candidíase que precisa ser tratada e ter as causas investigadas, já que quando não cuidada adequadamente, pode se tornar uma porta de entrada para problemas maiores, impactando a saúde sexual e a qualidade de vida da mulher”, finaliza Débora.