Foi descoberto que o uso de antidepressivos na infância e na adolescência pode não surtir o efeito esperado. Pelo menos é o que aponta o estudo feito por pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os cientistas revisaram 34 estudos que incluíram mais de 5 mil crianças e adolescentes. A maioria dos ensaios (65%) foi financiado por empresas farmacêuticas: ou seja, 90% tinham um risco de serem tendenciosos em favor da medicação.
Dos 14 antidepressivos estudados, apenas a fluoxetina foi mais eficaz no tratamento da depressão do que um placebo em crianças e adolescentes, segundo os pesquisadores. Os antidepressivos venlafaxina, imipramina e duloxetina tiveram os piores efeitos colaterais, fazendo com que a maioria dos pacientes parasse de tomá-los. A venlafaxina, por sua vez, foi ligada a um maior risco de pensamentos suicidas em comparação com um placebo e outros cinco antidepressivos.
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É importante lembrar que os melhores resultados no tratamento da depressão são obtidos com a combinação de psicoterapia e medicamentos, mas a possibilidade de cura com o emprego de um ou outro método isoladamente não pode ser descartada. No entanto, é bom ter consciência de que apenas um especialista poderá dizer qual é a terapia ideal.
Além disso, só um psiquiatra pode determinar o tempo de uso e a dosagem dos remédios, todos de venda controlada (a receita fica retida na farmácia). “Há casos em que não pode haver interrupção da medicação sem risco de retorno do quadro depressivo, mas não é a maioria. Geralmente, se faz o tratamento e depois pode haver uma diminuição progressiva da medicação sob acompanhamento do psiquiatra. Isso porque muitas pessoas ficam dependentes psicologicamente da medicação e recusam as tentativas do psiquiatra de retirá-la gradualmente”, lembra o psiquiatra Bernard Miodownik.
Consultoria Bernard Miodownik, psiquiatra