Considerada um dos sete pecados capitais, não admitir sentir inveja é algo compreensível. A palavra deriva do latim invidere, que significa “não ver”. Daí a expressão “cego de inveja”. O sentimento é tão perturbador que, se não controlado, pode “cegar” a pessoa e se tornar um sentimento realmente autodestrutivo.
O que é a inveja?
“A inveja está conectada à frustração de ver no outro aquilo que queríamos para nós mesmos. Ela nos leva à ‘não ver’ nossa real situação, nem como o outro obteve aquela conquista, ou seja, o motivo pelo qual não atingimos determinada situação”, explica a especialista em programação neurolinguística Tami Lopez.
Esse desejo de possuir o que pertence ao outro está presente desde sempre na história do homem, tanto que é protagonista na passagem bíblica em que Caim, filho de Adão e Eva, mata seu irmão Abel movido pela inveja. Outro exemplo clássico é a obra Otelo, do dramaturgo inglês William Shakespeare, quando o invejoso Iago cria uma mentira para conseguir o cargo que é de Cássio.
Para a psicóloga Maria Cristina Dancham Simões, a inveja é um sentimento que diz mais sobre a pessoa que sente do que sobre o alvo. “Significa que outra pessoa desperta uma frustração por algo que você gostaria de ter e não tem. Essa frustração pode ser tão irreconhecível que pode até sentir como se fosse raiva ou algum sentimento que não se consegue explicar”, esclarece.
Fato é que a inveja é algo nato ao ser humano, muitas vezes, fazendo parte de suas tomadas de decisões. “A inveja, assim como o ciúme, pertence ao grupo de sentimentos que regulam as relações interpessoais. Ela deve ser entendida como um sinalizador das relações”, destaca o coach William Ferraz.
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Texto: Natália Negretti – Entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Hebe de Moura, psiquiatra; Maria Cristina Dancham Simões, psicóloga; Tami Lopez, mestre em programação neurolinguística; William Ferraz, master coach especialista em inteligência emocional e programação neurolinguística.