Quando sabemos que memórias felizes influenciam a felicidade, temos duas perspectivas para persegui-la. A primeira é focar em criar memórias mais felizes, que tem a ver com planejamento de realização de objetivos e busca por ações que possam trazer algum tipo de satisfação.
Outra forma de se tornar mais feliz é encarar de frente as memórias ruins e dando um novo significado ao sofrimento. As memórias podem receber novas informações e se modificarem com o passar do tempo. Um bom exemplo é quando uma pessoa está descontente com seu trabalho e decide pedir demissão. Essa memória poderia ser muito dolorosa, pois tem gatilhos emocionais que podem estar baseados em ansiedade, estresse e medo. No entanto, se logo depois ela encontrar uma ótima oportunidade na carreira, isso pode se transformar em uma memória boa, que traz um sentimento bom de superação e alívio.
A boa notícia é que, mesmo quando a história não tem um final tão feliz, é possível mudar o significado que ela tem na nossa mente. E o melhor caminho para conseguir esse efeito é no divã: a terapia psicológica é uma das melhores, senão a melhor, formas de dar uma nova interpretação aos fatos que estão no passado, como explica a psicóloga Gabriela Cosendey: “através do processo analítico é possível acessar os significados que o paciente atribui às suas lembranças, bem como os afetos a eles relacionados e promover a ressignificação dos mesmos”.
Esse processo também pode ser feito por meio de psicanálise, explica Gabriela, que ocorre através da associação livre: o paciente fala o que lhe vem à mente, até que as informações do seu inconsciente apareçam. Tanto a terapia comportamental como a psicanalítica são eficientes na ressignificação de memórias, inclusive nos casos de traumas que foram bloqueados e são de difícil acesso no cérebro: “As lembranças traumáticas vêm à tona e são tratadas através de um processo de elaboração, objetivando remover o sintoma e o sofrimento”, complementa a psicóloga.
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Texto e entrevistas: Karen Barbarini – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Gabriela Cosendey, psicóloga