Como todos os sentimentos, a inveja é projetada no cérebro e, por isso, vem despertando cada vez mais o interesse de psicólogos, psiquiatras e neurocientistas, que quebram a cabeça para desvendar de que forma esse sentimento surge e age em nosso cérebro.
Como a inveja age no cérebro?
Hidehiko Takahashi, neurocientista do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, em Tóquio, no Japão, é um dos principais nomes à frente de pesquisas que estudam a ação da inveja no órgão. Em uma de suas mais recentes descobertas, usando ressonância magnética, identificou a área onde o sentimento é processado. Trata-se do córtex cingulado anterior, a mesma região onde a dor física é processada. Ou seja, trata-se de uma emoção dolorosa.
Outras pesquisas apontaram que o sentimento também atua no sistema de recompensas do cérebro, isto é, onde se gera a sensação de prazer. Quando a inveja é recorrente, a área cerebral passa por um desconforto, pois o cérebro entende que o que se quer (o motivo da inveja) não foi conseguido e, portanto, não merece prazer.
Ao mesmo tempo em que a inveja serve para nos lembrar que poderíamos ter conquistado coisas ou situações melhores, isso também pode estragar o que poderia ser um prazer perfeitamente aceitável. Em outras palavras: poderíamos viver felizes com nossas conquistas, mas nos sentimos inferiores quando comparamos às conquistas alheias. Isso gera uma “felicidade quebrada”, como explica a psiquiatra Hebe de Moura: “mesmo eu tendo ido bem, poderia ter feito melhor. Como qualquer desconforto, nos tira da nossa zona de conforto”.
LEIA TAMBÉM:
Texto: Natália Negretti – Entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Hebe de Moura, psiquiatra; Maria Cristina Dancham Simões, psicóloga; Tami Lopez, mestre em programação neurolinguística; William Ferraz, master coach especialista em inteligência emocional e programação neurolinguística.