A obesidade infantil é um assunto cada vez mais em evidência nos dias de hoje. No Brasil, estima-se que mais de 11% das crianças são obesas, um número bastante assustador! E estar acima do peso não é só questão estética. Ela pode levar a diversos problemas de saúde, tais como diabetes tipo 2, doenças circulatórias e cardíacas, alterações ósseas e de crescimento.
Maus hábitos
“Apenas 3% dos casos mundiais de obesidade têm causas genéticas, metabólicas ou endócrinas. Portanto, 97% acontecem por conta do sedentarismo, da alimentação inadequada e de aspectos emocionais ou culturais”, diz a professora Cláudia Cezar, doutora em nutrição humana aplicada e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Obesidade e Exercícios Físicos da Universidade de São Paulo (USP).
Para descobrir quando os quilos a mais tornam-se motivo de alerta, é preciso contar com o apoio e orientação dos profissionais de saúde e a orientação também da escola, ambiente que interfere diretamente na qualidade da alimentação infantil. O diagnóstico é feito com base em parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), considerando o sexo, a idade, o índice de massa corporal, o peso e a altura da criança.
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Vencendo a balança
Emagrecer não é tarefa simples, e alguns fatores podem agravar os quadros de obesidade: quanto mais cedo aparecer, mais tempo permanecer e mais grave for o nível da doença, mais difícil o tratamento se torna. Contudo, é totalmente possível e, especialmente entre as crianças, os resultados são muito satisfatórios. “No caso delas, os efeitos colaterais causados pelos medicamentos não compensam o seu uso, que é quase sempre desnecessário. O fundamental é mudar o comportamento”, afirma Cláudia.
Pelo fato da principal mudança ser de atitude, a família torna-se essencial no processo. “Os pais não podem ser manipulados pela vontade dos filhos de comer itens calóricos e pouco nutritivos, pois são os responsáveis por apresentar e oferecer alimentos saudáveis.
A família também precisa se alimentar bem, pois são comprovados os efeitos alcançados pelos bons exemplos. Além disso, a comida deve ser apreciada com prazer e autonomia, de modo que a criança entenda o porquê de suas escolhas alimentares”, orienta Cláudia. E claro, a prática de atividades físicas com regularidade, fundamental para a saúde não pode ficar de fora.
Consultoria: Cláudia Cezar, doutora em nutrição humana aplicada e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Obesidade e Exercícios Físicos da Universidade de São Paulo (USP); Isaac Benchimol, chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro; Elaine Pádua, nutricionista