Pesquisas realizadas pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) estimam que 3% da população brasileira sofre do transtorno conhecido como oniomania ou, popularmente conhecido como síndrome do comprador compulsivo. Quando o indivíduo passa a desenvolver problemas emocionais, sociais, profissionais ou financeiros e ter a sua rotina comprometida de modo significativo, as compras em excesso são identificadas como uma doença.
Quando as compras compulsivas viram transtorno
A compulsão por compras “é uma condição psiquiátrica que se caracteriza pela irresistível e intensa necessidade subjetiva do ato de comprar, mesmo quando não há necessidade real da compra e que os recursos financeiros sejam claramente insuficientes para realizá-la”, define o psiquiatra Rodrigo Pessanha. Mas, é preciso cuidado para não confundir o distúrbio com uma desorganização financeira.
Essa questão surge no cérebro do indivíduo, que busca sanar o impulso independentemente de suas condições de vida. “Não se limita a determinados contextos sociais ou situações (estar em uma viagem turística, festas de fim de ano, por exemplo), mas o acompanha ao longo de grande parte de seu cotidiano”, complementa o especialista.
De acordo com Rodrigo, é possível ainda identificar grupos de pacientes acometidos pela compulsão que apresentam o distúrbio em tipos e graus diferentes. “Há desde indivíduos que têm esse comportamento como uma tentativa de ‘compensação’ frente a sentimentos desagradáveis de tristeza ou perda, até aqueles em que o ato de comprar torna-se quase involuntário, ou ‘automático’”, esclarece.
O psiquiatra Sérgio Lima salienta que o “endividamento, o acúmulo de pertences ou a atitude de presentear as pessoas excessivamente” são alguns comportamentos que podem indicar que uma pessoa é compulsiva por compras.
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Texto: Andrey Seisdedos/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Renata Maransaldi, psicóloga e coach financeira; Rodrigo Pessanha, psiquiatra; Sergio Lima, psiquiatra e diretor da Clínica Spatium, em São Paulo (SP).