O cérebro é um órgão fundamental: ele é responsável por comandar inúmeras funções do nosso organismo. Embora seja frequente a realização de estudos e pesquisas na área, ainda estamos muito longe de conhecer toda a sua capacidade. Por conta disso, é inevitável que surjam dúvidas e especulações sobre o cérebro. Então, desvende alguns dos mistérios mais intrigantes sobre esse importante e poderoso órgão.
1 – Utilizamos o cérebro 24h por dia – mesmo enquanto dormimos.
Verdade. Pois é, nem mesmo nas suas mais tranquilas noites de sono, o seu cérebro para de funcionar. O sono é dividido em quatro fases distintas e, ao longo de cada uma delas, o órgão varia seu grau de funcionamento, emitindo ondas mais lentas com o passar do tempo. De acordo com o neurocirurgião Koshiro Nishikuni, é durante o sono que o cérebro acessa, organiza e consolida a memória.
2 – Apenas 10% da capacidade cerebral é utilizada.
Mito. Se esse índice corresponder às regiões cerebrais, um simples abrir e fechar de mãos, por exemplo, ativa bem mais do que um décimo de todo o cérebro. Também é fácil contestar se a relação se der com o número de células do órgão. Quando uma delas deixa de ser utilizada, ela morre e dá lugar a outras várias, que assumem suas funções. Dessa forma, 10% é uma taxa muito ínfima frente a toda a potencialidade do cérebro.
3 – O cérebro fica mais lento ao consumir açúcar e sanduíches em excesso.
Verdade. A insulina, hormônio secretado pelo pâncreas, é responsável por controlar o nível de açúcar no sangue e o funcionamento da comunicação entre os neurônios, chamada sinapse. De acordo com o Koshiro, se houver excesso no nível de açúcar no sangue, a insulina é deslocada para regular a quantidade, deixando as sinapses desequilibradas, o que afeta diretamente na atenção.
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4 – Quem exercita o cérebro é mais inteligente.
Verdade. É cientificamente comprovado: o órgão pode ser reprogramado a qualquer momento. Estimulá-lo com frequência é uma excelente maneira para se tornar mais inteligente, desenvolver as habilidades do órgão e promover a saúde mental. Ao manter o cérebro ativo, diversas áreas são estimuladas, como memória, pensamento lógico e outras. “O uso das funções cerebrais favorece o surgimento de novas sinapses, além do aperfeiçoamento das vias já existentes”, esclarece o
neurologista Fabio Sawada Shiba.
5 – Quanto maior o cérebro, maior a inteligência.
Mito. Na verdade, não existe nenhuma comprovação de que o tamanho do órgão influencia o nível de inteligência. Para se medir o intelecto de qualquer animal – sim, incluindo eu e você –, muitos elementos são levados em conta, como a proporção entre os tamanhos do cérebro e do corpo em questão, a quantidade de dobras cerebrais, a espessura do corpo caloso (estrutura que liga as metades do órgão), o número de sinapses (ligações entre os neurônios) e o tamanho do córtex (estrutura externa, onde se localizam os neurônios, que é responsável por inúmeras funções, como linguagem e percepção).
Colaboradora | Consultoria Fabio Sawada Shiba, neurologista clínico; Koshiro Nishikuni, neurocirurgião