O cérebro do ser humano é capaz de reter permanentemente os ensinamentos e fazer uso deles sempre que achar necessário, graças a uma aptidão chamada de aprendizagem. Um antigo ditado afirma: quem aprende uma vez a andar de bicicleta nunca mais esquece. Pois é justamente isso!
Se as habilidades de um computador são limitadas pela capacidade de seu microprocessador e gigabytes de memória, por exemplo, o cérebro ainda tem outra vantagem: seus limites podem ser continuamente expandidos e aprimorados.
Conectando neurônios do cérebro
O cérebro é formado por uma rede de neurônios que se comunicam entre si. Quanto maior o número de ligações entre eles, chamadas de sinapses, mais ele é capaz de armazenar dados. “O processo de aprendizagem é a nossa memória de fato. Todas as informações que adquirimos fazem parte da memória. Para que esse processo ocorra, é necessário focar nossa atenção para determinado assunto”, descreve a neurologista Sonia Brucki.
A partir daí, esta informação será decodificada e passará por um processo de armazenamento na região dos hipocampos. “Dependendo do tipo de informação (visual, tátil, auditiva), ela será armazenada em uma rede no nosso córtex cerebral. Este armazenamento se dá pela alteração estrutural das sinapses e formação de novas proteínas, que é o processo de aprendizado”, complementa.
Mas de onde vem a dificuldade em aprender determinados conteúdos? Ou por que algumas pessoas aprendem melhor matemática enquanto outras têm maior facilidade em português? Acontece que o processo não é puramente mecânico. Fatores emocionais também são capazes de influenciar, como a empatia (ou não) com determinado professor, ou um objetivo maior por trás do interesse em aprender algo.
É preciso considerar ainda o tipo de estímulo oferecido: há quem grave melhor um conteúdo ao visualizá-lo em uma tela ou quadro, do mesmo jeito que há quem assimile com mais eficácia escrevendo ou ouvindo a mesma informação.
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Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Dayse Serra, psicopedagoga, mestre em Educação Especial e professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF); Luciana Martins Maia, pedagoga e diretora do Instituto de Desenvolvimento e Capacitação Profissional (IDCP); Sonia Brucki, neurologista e membra do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).