As varizes são uma condição vascular crônica e progressiva que afeta milhões de pessoas, especialmente mulheres, e podem trazer desconforto físico, impacto estético e até riscos mais graves, como trombose. Diante disso, muitas pessoas que praticam musculação ou desejam começar se perguntam: será que esse tipo de exercício causa ou agrava o problema?
Segundo o médico da clínica Angioven, Herik de Oliveira, especialista em cirurgia vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a musculação não é a vilã. “A prática regular de exercícios, incluindo musculação, aumenta força e eficiência de contração muscular das panturrilhas que atua como bomba muscular, melhora o retorno venoso das pernas para o coração e ajuda no controle de peso”, explica.
As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se formam, principalmente, nas pernas. Elas estão associadas a fatores como genética, idade, gestação, longos períodos em pé ou sentado, e sedentarismo. Em estágios avançados, podem causar inchaço persistente, escurecimento da pele, feridas e complicações como tromboflebite e trombose venosa.
Cuidados na prática de exercícios
Para quem já tem varizes ou histórico familiar, Herik recomenda atenção especial. “A musculação é segura, mas deve ser feita com orientação. O aumento súbito de carga e exercícios de impacto intenso podem elevar a pressão nas veias. Por isso, é essencial respeitar os limites do corpo e, se necessário, adaptar o treino”, alerta.
O especialista também destaca a importância da combinação entre exercícios aeróbicos e musculação. Ao unir as duas modalidades, é possível alcançar um equilíbrio maior entre resistência cardiovascular e força muscular. “Caminhadas, corridas e andar de bicicleta estimulam a circulação, somando benefícios à musculação”, completa.
Manter-se ativo é fundamental, mas cada caso deve ser avaliado individualmente. “Quem tem dúvidas ou já apresenta sintomas deve procurar um cirurgião vascular. Assim, é possível adotar uma rotina de exercícios segura, com foco na saúde e na qualidade de vida”, finaliza Herik.