O mês de julho é dedicado à conscientização sobre os miomas uterinos, tumores que se formam no tecido muscular do útero, geralmente benignos. Eles podem ter diversos tamanhos e estarem localizados em diferentes áreas do útero. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética e histeroscopia.
Embora os miomas possam causar desconforto significativo em algumas mulheres, em muitos casos, eles não representam um risco à saúde. Por isso, a decisão de remover ou não um mioma deve ser cuidadosa, levando em consideração a saúde geral da paciente, seus sintomas, objetivos reprodutivos e qualidade de vida.
Abaixo, o Dr. Thiers Soares, especialista em miomas, explica mais sobre eles nesse mês da conscientização dos miomas uterinos:
Sintomas
Geralmente, os miomas não causam sintomas e são descobertos apenas em exames de rotina. No entanto, dependendo do tamanho, quantidade ou localização, alguns sinais podem surgir, como:
- Sangramento menstrual intenso;
- Períodos menstruais prolongados;
- Cólicas pélvicas;
- Constipação;
- Dor durante a relação sexual;
- Aumento da frequência urinária.
“Além disso, a dificuldade para engravidar pode ser um indicativo, já que os miomas podem causar complicações na gravidez e até abortos”, esclarece Soares. Para diagnosticar os miomas, a ultrassonografia transvaginal é o exame mais comum, enquanto a ressonância magnética da pelve oferece um mapeamento mais amplo.
Outro ponto importante é que a menopausa geralmente leva à redução ou desaparecimento dos miomas, pois a produção de estrogênio diminui.
Tipos de miomas
Os tipos de miomas são:
- Mioma pediculado: este tipo se forma na superfície externa do útero, preso por uma haste. A mobilidade do mioma pediculado permite que ele se mova ou mude de posição dentro da cavidade abdominal.
- Mioma subseroso: localizado na parte externa do útero, o mioma subseroso é fixo, ou seja, não possui uma haste que o conecte ao útero, diferentemente do pediculado.
- Mioma intramural: diferente dos outros, que crescem na superfície externa, o mioma intramural se desenvolve dentro da parede muscular do útero.
- Mioma submucoso: este tipo cresce na cavidade uterina, especificamente na camada mais interna, o endométrio. É o principal responsável por sangramentos uterinos anormais, pois cresce em direção à cavidade uterina.
- Mioma intraligamentar: desenvolve-se nos ligamentos largos, que ligam o útero à parede pélvica lateral.
Tratamentos
Os tratamentos mais comuns para os miomas uterinos são:
- Miomectomia abdominal: cirurgia para remover miomas subserosos (externos) ou intramurais (na parede muscular do útero). Pode ser por robótica, laparoscopia ou, em casos específicos, por laparotomia (cirurgia aberta).
- Miomectomia histeroscópica: procedimento ideal para retirar miomas submucosos, localizados dentro do útero.
- Embolização dos miomas uterinos: técnica que, por meio do uso de esferas, bloqueia o suprimento sanguíneo dos miomas. Não é boa para mulheres que planejam engravidar.
- Ablação por radiofrequência: uma agulha é inserida no mioma via vaginal, guiada por ultrassonografia, para destruir o tecido por calor. Adequada para miomas de até 5 cm, alivia os sintomas sem eliminar totalmente o mioma.
Como prevenir
Algumas ações que podem reduzir o risco de desenvolver miomas incluem:
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Manter uma alimentação balanceada;
- Consumir álcool com moderação;
- Realizar consultas médicas periódicas;
- Utilizar contraceptivos.
