Na novela ‘Vale Tudo’, a personagem Solange, interpretada por Alice Wegmann, decidiu ter um filho por meio de uma produção independente. A diretora chegou até mesmo a pesquisar alguns potenciais pais em um banco de esperma para sua gravidez independente. Mas como funciona esse processo?
Gravidez independente é cada vez mais comum
A gravidez por produção independente tem se tornado um fenômeno cada vez mais comum, com o número de adeptas aumentando todos os anos. “A gravidez por produção independente consiste, basicamente, em mulheres que não possuem um parceiro, mas decidem ter um filho por meio da reprodução assistida”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.
Diversos fatores contribuem para a decisão da gravidez
Para a grande maioria das pessoas pode ser impensável a ideia de criar um filho sozinha, mas, de acordo com o especialista, existem vários fatores que podem levar a mulher a buscar pela gravidez independente. “É claro que tudo depende de questões intimas de cada paciente, mas, no geral, as mulheres tomam essa decisão principalmente por dois fatores: avanço da idade, visto que, quanto mais idade tem a mulher, menores são as chances de uma gravidez e maiores são os riscos; ou por terem experimentado inúmeros relacionamentos que falharam, o que faz com que decidam iniciar a jornada da maternidade por conta própria ao invés de esperarem encontrar o parceiro ideal para dividir a educação da criança”, comenta o médico.
Primeiros passos importantes
Mas, afinal, como funciona esse procedimento? O primeiro passo, é claro, é buscar por um especialista em reprodução humana para auxiliar a mulher nesse processo de gravidez, que se inicia com a busca por um doador de sêmen. “A doação do sêmen é intermediada por meio de bancos do material que garantem o anonimato do doador e da receptora. No entanto, a mulher pode participar ativamente desse processo através da seleção de características específicas do doador do sêmen, como altura, cor dos olhos e cabelos, etnia, entre outros”, afirma o Dr. Rodrigo.
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Fecundação por inseminação artificial
Em seguida, pode-se utilizar de duas técnicas para garantir a fecundação do óvulo: a inseminação artificial e a fertilização in vitro. “A inseminação artificial, também conhecida como inseminação intrauterina, consiste, basicamente, na inserção do espermatozoide doado na cavidade do útero durante o período de ovulação da mulher para que a fecundação ocorra naturalmente, sendo que, em alguns casos, é necessário que a ovulação seja previamente estimulada por meio de tratamento medicamentoso”, diz o médico. “
Fertilização in vitro
Já a fertilização in vitro inicia-se com a indução medicamentosa da ovulação para que os óvulos sejam coletados e fecundados em laboratório. Em seguida, o embrião é reposicionado no interior do útero. “Por esse motivo, a fertilização in vitro é a opção ideal para mulheres que sofrem de alguma condição que impeça a fecundação, como a obstrução das trompas uterinas, ou que não ovulam mais, seja devido à idade ou alguma doença pré-existente, já que os óvulos também podem ser obtidos por meio de doação”, destaca.
Acompanhamento médico é essencial
No geral, após 14 dias do procedimento já é possível realizar o exame para confirmar o sucesso da gravidez. A partir desse momento, a gestação prossegue normalmente, com as consultas e exames pré-natais convencionais. Mas é importante ressaltar que a decisão de optar pela produção independente deve ser muito bem pensada e discutida com um especialista em reprodução humana e um psicólogo. “Isso porque, além da maternidade ser uma tarefa árdua que, nesse caso, deverá ser enfrentada sozinha, a gravidez por produção independente ainda é alvo de grande preconceito por parte da família, amigos e sociedade no geral, o que pode causar um grande impacto na saúde mental da mulher”, finaliza o Dr. Rodrigo da Rosa Filho.
