A gota é uma doença inflamatória ainda subestimada por grande parte da população, embora possa causar limitações funcionais severas. A condição ocorre pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, principalmente nos pés, tornozelos e joelhos, gerando inflamação e episódios de dor aguda que podem durar dias.
De acordo com a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg, a gota está relacionada a fatores genéticos e a hábitos alimentares e de vida. Trata-se de uma doença inflamatória séria, que exige tratamento adequado para evitar complicações, como danos permanentes nas articulações.
Causas da gota
A gota é causada por níveis elevados de ácido úrico no organismo, que podem se acumular devido à produção excessiva ou à eliminação insuficiente pela urina.
“O excesso de ácido úrico no sangue, chamado hiperuricemia, nem sempre causa sintomas imediatos. Mas, quando há depósito nas articulações, o quadro pode ser muito doloroso e incapacitante”, explica a especialista.
Segundo Claúdia, fatores genéticos, obesidade, hipertensão, diabetes, insuficiência renal são fatores de risco. O uso de diuréticos e o consumo em excesso de carnes vermelhas, frutos do mar e bebidas alcoólicas também estão ligados a doença.
Sintomas e diagnóstico
A condição geralmente se manifesta de forma súbita, com crises intensas de dor, calor, vermelhidão e inchaço em uma única articulação, frequentemente o dedão do pé, uma condição chamada podagra.
O diagnóstico da gota acontece com base nos sintomas clínicos, no histórico do paciente e por meio de exames laboratoriais e de imagem. Eles identificam os níveis de ácido úrico e a presença de cristais nas articulações.
Tratamento
O tratamento envolve controle da dor nas crises agudas e redução dos níveis de ácido úrico a longo prazo. Podem ser indicados anti-inflamatórios, colchicina e corticosteróides para ajudar a aliviar os sintomas imediatos, além de medicamentos para controle de ácido úrico no sangue.
“O tratamento contínuo é essencial, mesmo fora das crises, para evitar recorrências e impedir o acúmulo de cristais que podem comprometer as articulações permanentemente”, enfatiza Cláudia.
Além do tratamento medicamentoso, mudanças no estilo de vida são fundamentais. Dieta balanceada, redução no consumo de álcool, prática regular de atividade física e controle de peso ajudam a prevenir novas crises e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
