Mais de 30% da população adulta no Brasil sofre de hipertensão, segundo dados do Ministério da Saúde. O problema é que, como essa doença é conhecida por ser “silenciosa”, pode ser difícil descobri-la logo e sérias complicações, como infarto, AVC e insuficiência renal, podem surgir.
Embora fatores como genética, sedentarismo e alimentação sejam amplamente discutidos, um dos vilões menos lembrados, mas igualmente importantes, é o sono. Uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Sleep Medicine revelou que pessoas com apneia obstrutiva do sono, por exemplo, têm risco até três vezes maior de desenvolver hipertensão.
E não é só nos casos de apneia não, viu? O Instituto do Sono, referência em pesquisas no Brasil, aponta que a má qualidade do sono, no geral, está presente em cerca de 60% dos pacientes com pressão alta.
“Distúrbios como apneia, insônia crônica e síndrome das pernas inquietas interferem diretamente na arquitetura do sono, impedindo que o corpo atinja estágios profundos e restauradores. Essa fragmentação do descanso pode causar um desbalanço nos sistemas cardiovascular e hormonal, contribuindo para o aumento da pressão arterial”, explica Sara Giampá, pesquisadora científica do InCor e da Biologix, healthtech especializada em saúde do sono.
Por outro lado, dormir bem é uma ótima medida para ajudar a controlar a hipertensão. O sono deve ser de 7 e 9 horas por noite e em um ambiente adequado e com rotina consistente para contribuir nesse sentido.
Dicas para dormir melhor
A especialista da Biologix reforça que a prevenção começa com hábitos simples e sustentáveis. Para dormir bem e proteger o coração, veja algumas dicas práticas:
- Evite cafeína e bebidas alcoólicas à noite
- Reduza o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir
- Crie um ambiente escuro, silencioso e confortável no quarto
- Mantenha horários regulares para dormir e acordar
- Pratique exercícios físicos, mas não muito tarde
- Considere buscar apoio profissional caso tenha dificuldade persistente para dormir
Fora essas dicas para dormir bem, algumas ferramentas tecnológicas também podem ser de grande ajuda. “Hoje já é possível usar soluções baseadas em inteligência artificial para monitorar a qualidade do sono e entender melhor o que está impactando a sua rotina. Isso permite um cuidado mais preventivo e individualizado”, afirma Sara Giampá.
