A perda auditiva é uma condição que acomete milhões de pessoas ao redor do mundo. Só nas Américas, 217 milhões enfrentam esse problema, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 10 milhões de pessoas possuem algum nível de deficiência auditiva, com 2,7 milhões com surdez profunda, aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esses dados apontam para a necessidade de um olhar mais atento à saúde auditiva. O médico otorrinolaringologista do AmorSaúde, Danilo Carvalho Guimarães, explica que os primeiros sinais de perda auditiva podem prejudicar significativamente a qualidade de vida. “São alguns sinais de alerta a dificuldade para entender palavras, falar muito alto, sensação de ouvido tampado e aumento excessivo do volume da TV, do rádio e do celular, além de olhar constantemente para os lábios de quem fala na tentativa de entender melhor”, detalha.
De olho nas causas da perda auditiva
As causas que prevalecem na perda de audição são diversas, e podem ser classificadas em reversíveis e irreversíveis. Na primeira categoria – perda reversível –, há a possibilidade da volta da capacidade auditiva total e geralmente está ligada ao excesso de cera no ouvido. “O acúmulo de cerume, que é uma secreção sebácea produzida na terceira porção do canal auditivo, faz com que o paciente não ouça da maneira adequada. A remoção do cerume pelo médico otorrinolaringologista é capaz de resolver essa questão”, relata o Dr. Danilo.
Já as perdas irreversíveis são ocasionadas, principalmente, por conta do envelhecimento, chamado de presbiacusia, explica o profissional. Ainda segundo ele, a condição diminui a capacidade do idoso de ouvir sons mais agudos em relação aos mais graves. Entretanto, existem outros fatores de risco, como os genéticos e a exposição a ruídos.
Dessa forma, em um mundo repleto de aparelhos tecnológicos, o uso de fones de ouvido tornou-se extremamente comum. Por vezes, a utilização incorreta pode ser prejudicial à saúde auditiva, levando a danos severos. “Dispositivos com volume de som muito elevado ou uso excessivo podem causar desconforto, dores, perda auditiva ou até sangramento. O correto é utilizar em uma altura agradável estando em ambiente externo silencioso”, ressalta o profissional. Ele ainda acrescenta que, durante essa utilização, o ideal é fazer pausas longas, de 1 a 2 horas.
Zumbido: doença ou sintoma?
O zumbido é uma das queixas mais frequentes associadas à perda auditiva. Segundo dados do Ministério da Saúde, esse sintoma ocorre entre 25 a 28 milhões de indivíduos no Brasil. O especialista evidencia que sua causa também pode estar atrelada a doenças crônicas e uso de medicação.
“O tratamento do zumbido depende muito da causa do mesmo. O sintoma pode representar outras questões que não somente a perda auditiva. Até mesmo patologias dos dentes e da articulação da mandíbula, que promove a abertura e fechamento da boca, podem ser causas do zumbido”, explica.
Prevenção
Adotar medidas de prevenção é fundamental para evitar e reduzir o agravamento do quadro de perda auditiva. Nesse sentido, o profissional indica alguns meios eficazes e seguros:
- Espaços ruidosos: Evitar a exposição prolongada e, se não for possível retirar-se daquele ambiente, utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como abafadores de ouvido;
- Hábitos mais saudáveis: Alimentação e rotina com exercícios evitam doenças que podem contribuir para mais rápida progressão e perda auditiva.
Diagnóstico e tratamento
Em todos estes casos reside a importância de se procurar um profissional da área. É por meio dele que os exames e testes serão realizados para traçar o diagnóstico. O profissional detalha que o principal deles é a audiometria. “Consultar com um médico da área de Otorrinolaringologia é o primeiro passo para avaliar a audição e buscar tratamentos para prevenir suas complicações”, pontua Danilo.
Ao confirmar a suspeita, o tratamento mais comum é o uso de aparelhos auditivos de ampliação individual. “Quando bem indicados e adaptados, conseguem estimular a via auditiva da maneira adequada e frear a progressão dessa perda. Quanto antes o paciente inicia a utilização do aparelho, melhor a adaptação. Isso evitará consequências mais graves para a saúde do paciente”, finaliza o médico.