Mudanças de casa, adoções, viagens prolongadas ou a chegada de novos membros à família são eventos comuns na vida dos tutores, mas que podem representar um desafio emocional para os cães e gatos. Apesar de parecerem simples, essas alterações no ambiente costumam afetar o bem-estar dos pets, que podem reagir com ansiedade, insegurança ou até mesmo mudanças de comportamento.
Ao contrário dos humanos, que compreendem o que está acontecendo, os animais de estimação percebem essas mudanças por meio dos sentidos, especialmente o olfato e a audição. Assim, qualquer mudança no ambiente, na rotina ou até na disposição dos móveis, eles podem interpretar como ameaça.
Segundo a médica-veterinária Marina Tiba, gerente de Produtos da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal, qualquer mudança pode provocar reações. Entre elas, destacam-se: agitação, vocalização excessiva, perda de apetite, marcação urinária em locais inadequados e até comportamentos compulsivos, como se lamber constantemente.
Como ajudar na adaptação dos pets?
Para promover a adaptação e o bem-estar dos pets, algumas medidas simples podem ser úteis. Manter a rotina, por exemplo, é uma delas. “Mesmo em meio à mudança, o ideal é tentar manter os horários de alimentação, passeios e descanso semelhantes aos do ambiente anterior. Essa previsibilidade ajuda o animal a sentir que tem controle sobre a nova realidade”, afirma a médica-veterinária.
Outra estratégia para ajudar na adaptação dos pets é criar um espaço de segurança. Reservar um cômodo tranquilo e organizado com os pertences do animal, como cama, brinquedos, comedouro e itens com o cheiro dele, pode fazer toda a diferença. Esse espaço funciona como um ponto de referência emocional, um refúgio no meio das novidades.
Evitar sobrecarga de estímulos nos primeiros dias também é essencial. Isso significa limitar a movimentação excessiva de pessoas, sons intensos e a exposição imediata a todos os ambientes da nova casa. “Sempre que possível, permita que o pet explore o novo espaço aos poucos, respeitando seu ritmo. E, quando ele demonstrar interesse ou tranquilidade ao explorar, recompense com carinho ou petiscos — o reforço positivo é um ótimo aliado nesse processo”, acrescenta Marina.
O uso de feromônios também pode ajudar a facilitar a adaptação dos animais. Elas são substâncias químicas naturais utilizadas pelos animais para se comunicar entre si, transmitindo mensagens de tranquilidade, apaziguamento, vínculo ou alerta. De acordo com a especialista, atualmente, existem feromônios sintéticos disponíveis em diferentes formatos, que podem ajudar a reduzir o estresse dos pets com a mudança, proporcionando sensação de segurança.
Procure um médico-veterinário
Mesmo com todos esses cuidados, alguns animais podem apresentar sinais mais graves de ansiedade ou desenvolver sintomas físicos, como vômitos, diarreia ou perda de peso. Nestes casos, o mais indicado é buscar orientação do médico-veterinário, que poderá avaliar o quadro e definir o melhor plano de manejo, com ou sem o uso de suporte medicamentoso.
