O coma é um estado de inconsciência quando o indivíduo está impossibilitado de despertar, ainda que se mantenha vivo. A situação desperta muitas curiosidades, já que envolve um dos maiores enigmas do ser humano: a mente.
Inconsciente X Consciente
É possível encontrar pessoas que saíram do coma e relatam ter ouvido tudo o que era falado ao seu redor. Então, até que ponto pode se considerar que estão inconscientes?
Para explicar, é interessante definir o estado de consciência que, segundo Marta Relvas, é quando “há disparos dos estímulos pelo impulso eletroquímico, que são decodificados na estrutura do córtex pré-frontal. E, por fim, são interpretados e associados com memórias e experiências pré-existentes”. Ou seja, a partir do momento que esses impulsos são compreendidos, ocorrem respostas de nível cognitivo e ações motoras, o que difere a consciência da inconsciência.
Estado de coma induzido
O coma é causado quando o cérebro necessita guardar energia para abastecer funções vitais do corpo. Desse modo, pode compensar os danos causados pelo acidente em questão, como em uma batida de carro, em que pode ocorrer um traumatismo crânio encefálico (TCE), exemplifica a psicóloga clínica Anna Carolina Esteves.
Mas e o coma induzido? A indução do coma foi uma adaptação da medicina dessa medida de segurança natural do cérebro. “O órgão é colocado para ‘descansar’, a fim de preservar suas funções após o adoecimento (em um acidente vascular cerebral – AVC, por exemplo)”, explica a psicóloga.
Nesse caso, o paciente é sedado e retirado do coma por meio de medicamentos. Mas vale lembrar que “no coma, muitas vezes, é necessário esperar o despertar espontâneo do paciente, o que deve demorar um período consideravelmente prolongado e, por vezes, pode não acontecer em ambos os casos”, finaliza Anna.
A importância da interação
O quadro do paciente que o levou ao coma já é grave por si só; e os familiares e amigos ficarem sem interagir com a pessoa piora ainda mais a situação. Então, mesmo que seja improvável a decodificação dos estímulos externos, a psicóloga Anna conta que “de qualquer forma, em nosso trabalho dentro da unidade de terapia intensiva (UTI), sempre incentivamos a conversa e o contato físico dos familiares para com os pacientes”.
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Consultoria: Anna Carolina Esteve, psicóloga clínica hospitalar da Unidade de Tratamento Intensivo A do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Julianne Tannous Cordenonssi, neurologista e neurofisiologista clínica do Hospital Sepaco, em São Paulo (SP); Marta Pires Relvas, professora de neurociência e educação de psicopedagogia e psicomotricidade
Texto: Giovane Rocha – Edição: Natália Negretti