Até meados do século 19, na Grécia Antiga, as emoções eram intituladas instintos básicos humanos que deveriam ser controlados a fim de evitar um possível comprometimento na capacidade de pensar. Apesar disso, as investigações realizadas a partir do século 20 tomaram um rumo diferente: a emoção passou a ser julgada como uma qualidade que permite, inclusive, desenvolver a capacidade de relacionamento e comunicação do indivíduo com si mesmo e em relação ao mundo.
O conceito de emoções
Para a psicóloga Marina Barbi, “emoções são respostas afetivas atribuídas a eventos externos ou internos. Diante de um estímulo, o organismo reage e se prepara para atuar em resposta, e esse ‘impulso’ é a emoção”.
Já para Tiago Eugênio, professor de neurociência e neuroeducação, “tratam-se de experiências que envolvem reações orgânicas, bioquímicas e comportamentais. Pode-se dizer um estado mental específico que o sujeito vivencia”. De acordo com ele, são comportamentos observáveis, ou seja, a pessoa pode compreender que tipo de emoção a outra está sentindo, desse modo, esses sentimentos podem ser objetos de estudo científico.
Tipos de emoções
Existem diferentes teorias que buscam caracterizar as emoções, mas ambos especialistas salientam a proposta realizada pelo neurocientista António Damásio. De acordo com ele, há três grupos principais de emoções.
As primárias ou universais são as não aprendidas, surgidas na infância e importantes para a reação rápida do indivíduo diante de alguns estímulos do meio, como raiva, alegria, medo e tristeza. As secundárias ou sociais surgem mais tarde e dependem de fatores socioculturais e do repertório individual, como inveja, culpa, ciúme e vergonha. Já as emoções de fundo são geradas por estímulos internos, por exemplo, ansiedade, mal-estar, bem-estar, calma ou tensão.
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Texto: Laís Cordão/Colaboradora – Edição: Victor Santos
Consultorias: Marina Barbi, psicóloga da Clinica Sintropia; Karina A.B.P.L. Calderoni, psiquiatra e sócia fundadora da Clínica Sintropia; Jô Furlan, pesquisador em neurociência do comportamento e primeiro treinador comportamental do Brasil; Tiago Eugênio, professor de pós-graduação em neuroeducação e neurociência da rede Capacitar.