É difícil afirmar se uma pessoa é mais ou menos criativa do que a outra. Na maioria das vezes, o que difere um indivíduo do outro é sua iniciativa em expor suas ideias. Por isso, é essencial que, por mais mirabolante que possa parecer, você compartilhe sua opinião.
No entanto, é preciso saber como e quando expô-la. “Ter pensamentos e ações que diferem das outras pessoas torna a sua comunicação pessoal diferenciada, porém diferenciada não significa eficiente. Se você mantém hábitos e costumes diferentes da maioria das pessoas, como não assistir televisão e ler livros exóticos, pode ser um trunfo, pois você tem informações privilegiadas a respeito de certos assuntos.
Porém, para divulgar essas informações, é extremamente importante ter didática e ser respeitoso com a crença do outro. Ainda é preciso desenvolver inteligência interpessoal, saber como mostrar ao outro que você fez uma boa opção através da sua atitude cotidiana”, explica Ana Flávia Farias, proprietária de uma agência de publicidade.

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O professor de neurociência em pedagogia João Rilton Franco Correia destaca que um passo importante para se pensar diferente é o autoconhecimento, afinal, é preciso ter confiança ao defender suas ideias – ainda mais quando ela pode ser considerada oposta de muitas outras. “Só pensamos diferente quando nossos pensamentos convergem com a nossa identidade como pessoa, quando compreendemos a nossa realidade”, destaca.
Os benefícios de pensar “contra a maré” são inúmeros, como maior chance de oportunidades e mais aprendizado, autoconhecimento, autoestima, resiliência e motivação. “O mundo carece de inovação. Cultivar pensamentos e ações diferentes da maioria das pessoas é contribuir para esse processo.
O novo, o criativo, surge da necessidade daquilo diferente ser aceito, para que cumpra o seu propósito de causar surpresa, surpreendendo os padrões comuns, desestabilizando-os e, depois, reconstruindo-os sobre os alicerces de uma sociedade que reconhece na inovação e na criatividade a mola propulsora para o desenvolvimento humano”, completa Ana Flávia.
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Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Ana Flávia Farias, proprietária da empresa Laço Criativo; João Rilton Franco Correia, coordenador e professor de neurociências em pedagogia no Instituto Brasileiro de Formação de Educadores, em Campinas (SP)