Você já deve ter ouvido falar dos efeitos colaterais da quimioterapia, não é? Queda de cabelo, fraqueza e náusea são alguns dos sintomas que podem surgir depois de uma sessão do tratamento. Embora seja uma das formas mais lembradas de combater os tumores, uma recente pesquisa revelou um fato surpreendente: 46% das mulheres nos estágios iniciais do câncer de mama não precisariam passar pela quimio, sem correr riscos da doença se espalhar nos cinco anos seguintes.
Para chegarem a essa conclusão, os cientistas percorreram um longo caminho: durante seis anos, eles avaliaram os genes de mais de 6 mil mulheres em 9 países por toda a Europa, sendo que todas estavam nos primeiros estágios da doença, ou seja, o tumor tinha até 5cm e ainda não havia se multiplicado para mais de três nódulos diferentes.
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Ao final do estudo, a constatação foi animadora, pois dentre as voluntárias com baixo risco genômico (quando os genes que ajudam a proteger o corpo contra o câncer estão ativos) e que não receberam quimioterapia, 94,4% não tiveram aumento ou espalhamento do tumor. Em outras palavras, os médicos acreditam que 46% das pacientes com câncer de mama ainda inicial poderiam optar por não realizar a quimio, sem colocar a saúde em risco.
O objetivo dos pesquisadores não é acabar com a quimio, até porque esse tratamento continua eficaz em muitos casos. O esperado mesmo é auxiliar os médicos a definir se a quimioterapia é a melhor escolha para determinadas pacientes. Além do mais, ainda é necessário ir mais a fundo na pesquisa, na esperança de que os resultados se mantêm a longo prazo, não apenas em até cinco anos.