Nessa semana, o assunto “bebê arco-íris” ficou em alta após a influenciadora e apresentadora Rafa Kalimann anunciar que está grávida. A notícia emocionou os seguidores, especialmente porque Rafa sofreu uma perda gestacional em maio de 2024.
O bebê arco-íris vem justamente como esse recomeço ou “segunda chance” – ou seja, são os bebês que nascem após uma perde gestacional. O nome veio justamente daquela história de que “após a tempestade, vem o arco-íris”. E isso tem um impacto emocional muito grande.
A trajetória de Rafa Kalimann não é isolada: outras mulheres públicas também passaram por perdas gestacionais e, tempos depois, anunciaram uma nova gravidez. Fernanda Paes Leme, por exemplo, que recentemente deu à luz sua primeira filha, compartilhou como o medo e a ansiedade a acompanharam na gestação seguinte à perda. Thaila Ayala e Mônica Martelli também já relataram como o luto por um bebê que não veio moldou profundamente a forma de viver a maternidade depois.
A seguir, entenda melhor esse impacto emocional:
O impacto emocional da “segunda chance”
Segundo a neuropsicóloga Dra. Nathalie Gudayol, é comum que a mulher viva uma mistura de sentimentos durante uma gravidez após a perda. “A emoção da nova gestação vem acompanhada de memórias da perda anterior, e isso pode gerar um ciclo de medo, ansiedade e até culpa. É como viver a esperança com um pé ainda no luto”, diz.
A especialista reforça que cada mulher vive esse processo de forma única, mas que há um padrão de vigilância emocional constante. “Elas costumam monitorar o corpo de forma mais intensa, se assustam com sinais pequenos, evitam se apegar ao início da gestação para não sofrer de novo. Isso precisa ser acolhido com empatia, não com cobranças”, explica.
Cuidar da saúde emocional é tão importante quanto o pré-natal
Durante uma gravidez, é sempre importante cuidar da saúde mental. Contudo, no caso de uma gestação após uma perda a atenção deve ser ainda maior.
Dra. Gudayol destaca que o acompanhamento psicológico pode ser essencial para evitar o agravamento de quadros de ansiedade e depressão gestacional. “A mulher precisa de espaço para falar do que sente, sem medo de parecer fraca ou negativa. Isso não é pessimismo, é trauma. E precisa atenção”, comenta.
Por fim, evitar o isolamento, fortalecer vínculos afetivos e buscar informação de qualidade são atitudes que ajudam no enfrentamento do medo de uma nova interrupção gestacional. Ter uma rede de apoio — parceiro, família, amigos e profissionais de saúde — faz toda a diferença.
