Com a chegada do inverno, as temperaturas começam a cair e a umidade do ar também diminui. A combinação pode ser desafiadora para quem sofre com problemas respiratórios, como rinite alérgica e asma. A estação marca o início de um período em que o clima mais frio e seco, o aumento da poluição atmosférica e a maior permanência em ambientes fechados favorecem o surgimento ou agravamento dos sintomas.
Segundo o pneumologista Mauro Gomes, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e consultor da farmacêutica Glenmark, essas mudanças afetam diretamente as vias aéreas. “Durante as transições de estação, principalmente quando a umidade do ar cai, a mucosa do nariz e dos brônquios tende a ressecar e perder parte da sua função de proteção, o que favorece crises de asma e quadros de rinite alérgica”, explica.
Além do ar seco, hábitos típicos dos dias mais frios também contribuem para o problema. No inverno, é comum que as pessoas mantenham portas e janelas fechadas para se proteger do vento e do frio. Isso reduz a circulação de ar e aumenta a concentração de alérgenos no ambiente, como poeira, ácaros e fungos.
“Esse ambiente pouco ventilado é ideal para a proliferação de agentes que podem desencadear crises em quem já tem predisposição alérgica, além de favorecer a transmissão dos vírus respiratórios, responsáveis por desencadear crises de asma”, destaca o especialista.
Cuidados com a saúde respiratória no inverno
Outro fator que merece atenção é a variação brusca de temperatura entre o dia e a noite, frequente em épocas como outono e inverno. De acordo com Mauro Gomes, “essas oscilações, especialmente quedas de temperatura, estão associadas a exacerbações de doenças respiratórias e podem provocar sintomas como espirros, tosse, chiado no peito e até falta de como asma e infecções respiratórias agudas.”
Para evitar crises, é importante usar umidificadores de ambiente quando necessário. Também é indicado lavar cobertores e roupas de frio antes do uso e manter a casa sempre limpa e ventilada. “Pacientes com asma e rinite não devem abandonar a medicação de manutenção, mesmo nos períodos em que os sintomas estejam controlados. A prevenção é sempre o melhor caminho”, reforça o médico.
Além das medidas de rotina, é essencial contar com o acompanhamento de um profissional de saúde. Só o médico pode avaliar corretamente cada caso e indicar o tratamento mais adequado. Isso pode envolver o uso de medicamentos específicos para controle e alívio dos sintomas. “Cada paciente tem um perfil diferente e precisa de uma abordagem individualizada. O uso correto dos produtos recomendados faz toda a diferença na qualidade de vida”, finaliza Mauro Gomes.
