O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. A condição que, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) já afeta cerca de 3 milhões de brasileiros, é um problema ocular grave que atinge o nervo óptico, com perda progressiva e irreversível das células ganglionares da retina.
O oftalmologista e professor do Curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, Rodrigo Petroni, explica que o maior perigo do glaucoma está justamente no fato de ser uma doença assintomática nos estágios iniciais. “Por esse motivo, é a principal causa de cegueira irreversível do mundo. Quando o paciente percebe algo errado, muitas vezes o dano já é extenso”, alerta.
Quem corre mais risco?
Embora qualquer pessoa possa desenvolver glaucoma, existem fatores que aumentam consideravelmente o risco da doença. Entre eles estão:
- Pressão intraocular elevada;
- Histórico familiar de glaucoma;
- Idade acima de 40 anos;
- Altos graus de miopia ou hipermetropia;
- Etnia afrodescendente ou asiática;
- Uso prolongado de corticoides;
- Doenças como diabetes, condições autoimunes e tabagismo.
A ausência de sintomas iniciais faz com que muitos negligenciem a importância de consultas oftalmológicas regulares. “A única forma de detectar precocemente o glaucoma é por meio de um exame oftalmológico completo, que deve ser realizado pelo menos uma vez por ano”, reforça Petroni.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico envolve a medição da pressão intraocular, avaliação detalhada do nervo óptico e exames complementares como gonioscopia, campimetria computadorizada, tomografia de coerência óptica, entre outros.
No Brasil, o tratamento do glaucoma é acessível e disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS fornece todos os colírios necessários, além de procedimentos a laser e cirurgias quando indicadas”, afirma o especialista.
Informação é prevenção
A prevenção é a única maneira eficaz de evitar a cegueira causada pela doença. Para isso, a população precisa estar informada. “A comunicação é a nossa maior aliada. Precisamos divulgar amplamente os riscos do glaucoma e a importância do acompanhamento oftalmológico preventivo. A conscientização salva a visão”, conclui o professor Rodrigo Petroni.
