Recentemente, a ex-BBB e apresentadora Ana Paula Renault foi internada após uma crise de hérnia de disco. “Eles não me deram alta porque eu já estava tendo comprometimento neurológico, o meu pé esquerdo já estava bobo e está dormente até agora”, revelou. Com isso, é importante lembrar informações relevantes sobre a condição.
Afinal, a hérnia de disco é um problema comum e estima-se que até 20% dos adultos terão hérnia de disco em algum momento. Ou seja, é essencial conhecer suas causas, sintomas e tratamentos, entre diversas outras informações. Mas, primeiramente, o que exatamente é a tal da hérnia de disco?
“Imagine que sua coluna é formada por vários ossos empilhados, chamados vértebras. Entre esses ossos, existem ‘almofadinhas’ chamadas discos intervertebrais. Esses discos funcionam como amortecedores, permitindo movimento e absorvendo o impacto do dia a dia. Agora, pense nesses discos como se fossem um sanduíche de gelatina: por fora, têm uma capa mais firme (o anel fibroso) e, por dentro, uma parte mais mole, como um gel (o núcleo pulposo). A hérnia de disco acontece quando essa parte interna escapa ou vaza por uma rachadura na parte externa do disco”, explica o ortopedista Dr. Fernando Jorge.
Segundo o especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto), quando isso ocorre, esse gel pode pressionar os nervos da coluna, o que causa dor, formigamento, fraqueza ou perda de sensibilidade. Essa dor pode ficar só nas costas ou até irradiar para os braços ou pernas, dependendo da região afetada.
Causas
O médico explica que entre as principais causas da hérnia de disco estão o envelhecimento natural, o sedentarismo e a má postura. “Com o envelhecimento, os discos perdem água e flexibilidade, ficando mais frágeis. Além disso, músculos fracos por sedentarismo ou má postura não sustentam a coluna adequadamente”, diz o médico.
Porém, outras questões também podem causar hérnia de disco. Algumas delas são: movimentos repetitivos, esforço excessivo, carregar peso de forma incorreta e torcer o corpo com frequência (ex: em certos trabalhos ou esportes). “Quedas, acidentes ou impactos na coluna também estão relacionados com o problema, além da genética e obesidade, quando fatores hereditários ou o excesso de peso sobrecarregam os discos”, explica o ortopedista.
Sintomas
Quanto aos sintomas, o médico explica que a hérnia pode causar: dor intensa ao se movimentar, sentar-se ou ficar em pé por muito tempo; dificuldade para caminhar, levantar objetos ou praticar atividades físicas; formigamento ou dormência nos braços, mãos, pernas ou pés (dependendo da região da hérnia); e fraqueza muscular, afetando até mesmo tarefas simples, como segurar um copo.
“Hoje o diagnóstico é mais preciso e temos exames como a ressonância magnética, que identifica hérnias que antes passavam despercebidas”, comenta.
Tratamentos da hérnia de disco
Apesar de a hérnia de disco poder ser uma condição bem complicada de lidar, a boa notícia é que a maioria delas não precisam de cirurgia. “Existem tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos. A maioria das pessoas melhora sem cirurgia em algumas semanas”, explica o médico.
De acordo com ele, o tratamento não cirúrgico (90% dos casos) começa com repouso curto mais medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, mas pode precisar de fisioterapia com exercícios para fortalecer músculos e melhorar a postura e infiltrações na coluna (para reduzir inflamação).
“A cirurgia é indicada em casos graves, se houver perda de força, dor incapacitante ou falta de melhora após 6 semanas. Técnicas modernas são minimamente invasivas”, completa o Dr. Fernando Jorge. A recuperação completa é possível, mas varia conforme a gravidade.
“Alguns podem ter dores ocasionais e precisam manter hábitos saudáveis. Além disso, a prevenção é essencial: exercícios regulares, controle de peso e evitar movimentos que sobrecarreguem a coluna reduzem o risco de nova hérnia”, diz o médico. Quanto antes o problema for diagnosticado, melhor o resultado.
