A doença celíaca é uma condição autoimune que tem relação com o glúten, uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada. Mais de 2 milhões de pessoas no Brasil convivem com a condição segundo dados da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), e, portanto, precisam evitar comer esse alimento tão presente nos pratos do dia a dia.
De acordo com o gastroenterologista Nelson Cathcart Jr., que vive com a doença celíaca, não comer glúten exige muito controle e cuidados.
“Às vezes você tem que ir para algum evento e fazer a refeição antes mesmo de ir para algum restaurante, pois não se sabe se lá terá alguma comida preparada adequadamente. Pois, se no mesmo ambiente forem manuseados alimentos com trigo, por exemplo, sejam pratos, panelas e talheres, isso pode gerar uma contaminação e ela é, sim, nociva, causando danos ao intestino de quem tem doença celíaca”, compartilha.
Além do impacto social, a doença celíaca pode apresentar uma ampla gama de sintomas. Dor de barriga, diarreia, barriga estufada, perda de peso e até atraso de crescimento nas crianças são sinais clássicos. Outros efeitos menos conhecidos podem incluir dores de cabeça, musculares e articulares, lesões de pele, deficiência de nutrientes, como da vitamina B12, osteoporose, osteopenia, infertilidade e alteração no fluxo menstrual de mulheres.
“Por isso, é importante conscientizar que não deve-se ignorar esses sintomas quando persistentes, e que a pessoa procure o médico para fazer a investigação o quanto antes”, alerta o médico. Segundo ele, se não houver o controle, a doença pode favorecer desnutrição e o risco aumentado para de cânceres, como o linfoma.
Maio Verde
O Maio Verde é uma campanha de conscientização que ocorre neste mês para promover o conhecimento sobre a doença celíaca e diagnósticos precoces. Isso é muito importante porque, quanto mais cedo a pessoa conseguir perceber que há algo de errado e buscar ajuda, menor será o risco de surgirem problemas maiores.
O especialista em doenças do estômago e intestino explica que embora não exista cura, o diagnóstico precoce é fundamental para controlar os impactos da doença. “Exames de sangue e biópsias realizadas durante endoscopias digestivas ajudam a identificar inflamações e atrofias no intestino causadas pela ingestão de alimentos com glúten”, completa o médico.
