Segundo a pesquisa Nacional de Saúde (Ministério da Saúde/IBGE), 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos têm asma. A doença inflamatória crônica das vias aéreas traz diversos sintomas que podem atrapalhar a qualidade de vida das pessoas.
“Tosse, falta de ar, chiado no peito e dor para respirar, que é aquela dor que o paciente puxa o ar e tem a sensação de que tem um peso em cima dele, que não o deixa respirar bem”, lista a alergista e imunologista Bárbara Britto, que atende no centro clínico do Órion Complex. Segundo ela, é importante que a população esteja consciente da enfermidade, até para poder reconhecê-la.
“Nas crianças menores de 2 anos, quando apresentam o primeiro episódio de sibilância na vida, chamamos esse quadro de bronquiolite. Depois disso, se criança continua apresentando episódios de chiar o peito, principalmente quando fica gripada, dá-se o nome de sibilante recorrente, comumente chamado de bebê chiador. Até os 4 anos, utilizamos alguns escores para pontuação de fator de risco para se tornar um asmático. Damos o diagnóstico de asma a partir de 4 aninhos, quando é possível fazer exames como a espirometria”, explica.
A alergista pontua que a asma pode tanto ser confundida com outras enfermidades como também conviver com elas.
“A asma precisa ter alguns outros diagnósticos diferenciais com outras doenças pulmonares como o enfisema pulmonar e doenças fúngicas do pulmão. Contudo, a asma pode estar em conjunto com outras doenças que a fazem ficar pior, como o refluxo, a obesidade e doença obstrutiva do sono”, explica.
Asma é uma enfermidade sem cura
Vale lembrar que, por ser uma enfermidade crônica, a asma não tem cura. “Mas tem como entrar em remissão. Pacientes que tratam a sua doença de forma adequada, em algum momento da vida, podem ficar tão bem controlados que se consiga retirar a medicação contínua”, comenta a especialista.
Ademais, há alguns estudos que mostram que as pessoas têm fenótipos e genótipos diferentes de asma. “Então, alguns pacientes podem ter asma na infância e depois passar. Quando começa um pouco mais velho, depois dos 5, 6 anos, pode ter um período com quadro de asma e melhorar na adolescência. E tem pacientes que vão abrir quadro de asma somente por volta dos 30, 40 anos. O tratamento é feito através dos dispositivos inalatórios, as famosas bombinhas de uso contínuo”, detalha a especialista.
De qualquer forma, é importante ter o diagnóstico o quanto antes para iniciar o tratamento. Assim, você impede pioras no quadro e ainda melhora a qualidade de vida.
Para Bárbara Britto, não falta tratamento para a doença, mas falta tratar adequadamente. “Menos de 50% dos pacientes que têm asma estão com as suas doenças bem controladas. A maioria vai para um pronto-socorro em vez de tratar adequadamente a doença em casa”, destaca.
