O inverno chegou – e a época das alergias respiratórias, como rinite, sinusite e bronquite, também. Elas tendem a aparecer mais nesse período por conta do ar seco e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 30% da população global vive com algumas delas.
Por isso, é importante saber mais sobre elas e entender como se prevenir, quais os sintomas, tratamentos possíveis, entre outras questões. Para te ajudar, a seguir, o Dr. Marconi Augusto Aguiar dos Reis, pneumologista pediátrico e professor da UniBH, responde as 6 principais dúvidas sobre o tema:
O que são alergias respiratórias?
Segundo o especialista, as alergias são reações de hipersensibilidade que envolvem a participação de células do nosso sistema imunitário, como por exemplo, os mastócitos e eosinófilos.
Neste tipo de reação, o que acontece é a degranulação dessas células imunitárias após exposição a um alérgeno, que pode ser um agente inalado, um objeto em contato com a pele ou até mesmo alimentos. Os grânulos liberados pelas células contêm vários mediadores, como a histamina, que vão causar os sintomas.
Quais os principais tipos?
Entre os tipos de alergia, pode-se citar: Indivíduos atópicos, como aqueles que têm asma, dermatite atópica e rinite alérgica, além da conjuntivite alérgica. Mas também há dermatite por contato, urticária, angioedema, alergias alimentares e até mesmo formas graves, como a anafilaxia, que pode levar o indivíduo à morte se não for tratada rapidamente.
Por que elas se intensificam no outono/inverno?
Durante os meses de outono/inverno, há um aumento na transmissão de doenças virais respiratórias, que podem causar a exacerbação de quadros atópicos, como a asma. Ou seja, as pessoas tendem a se aglomerarem em espaços fechados, facilitando a transmissão desses vírus e se expondo mais aos alérgenos ambientais, como poeira (que contém ácaros), mofo, entre outros.
Outro fator que contribui para as alergias respiratórias durante esses períodos é o tempo seco que caracteriza o nosso inverno, prejudicando a fluidificação e eliminação do muco naturalmente produzido pelas nossas vias aéreas, favorecendo acúmulo de alérgenos e patógenos no sistema respiratório.
Quais os principais sintomas?
Os principais sintomas incluem: tosse seca persistente, com piora à noite e nas primeiras horas da manhã, coriza ou nariz escorrendo, espirros, olhos vermelhos, prurido ou coceira nos olhos e nariz, além de manchas na pele.
“O paciente pode apresentar sintomas de gravidade, como falta de ar, esforço para respirar, chiado no peito, edema ou inchaço, sendo necessária avaliação médica de urgência nessas situações”, explica o profissional.
Existem tratamentos para as alergias respiratórias? Quais são eles?
Existe tratamento para as atopias. São doenças que não têm cura, mas sim controle. O importante é o paciente ter um profissional que o acompanhe, entendendo que são doenças crônicas que apresentam períodos de exacerbação. Assim, o tratamento precisa ser sempre individualizado e ajustado de acordo com a fase da doença.
Além de medidas farmacológicas, o tratamento das doenças alérgicas respiratórias envolve controle ambiental e, para isso, a relação médico-paciente precisa estar muito bem construída.
Quais as suas orientações para evitar alergias respiratórias?
Primeiramente, toda criança atópica precisa de acompanhamento. “No caso da asma, por exemplo, existem medicamentos de controle muito efetivos”, diz o especialista.
Segundo, não suspenda medicação de controle por conta própria. Os pais devem ter ciência que as atopias, onde a asma está incluída, são doenças crônicas. Ou seja, por mais que a criança pareça estar bem e não apresentar sintomas, isso não garante que não haja inflamação nas suas vias aéreas. Portanto, a indicação das medicações de controle e ajustes de doses devem ser realizados com acompanhamento.
Outro ponto é focar na lavagem nasal com soro fisiológico NaCl 0,9% sem vasoconstritor, o soro fisiológico puro, para manter a via aérea hidratada e saudável durante os períodos de piora. Por fim, é essencial evitar contato com tabagistas.
