Dados recentes mostram um aumento de mais de 30% dos casos de infarto agudo do miocárdio em mulheres no Brasil. Em grande parte isso ocorre devido a um envelhecimento da população, favorecendo essa maior incidência e prevalência da doença. Além disso, há atualmente uma maior exposição das mulheres a fatores de risco como tabagismo, o que favorece seu desenvolvimento. No entanto, o que é sabidamente conhecido é que até o período da menopausa a mulher está menos vulnerável que o homem em relação à ocorrência de infarto agudo do miocárdio.
Isso porque há uma certa proteção hormonal, principalmente do estrógeno, que diminui gradativamente após a menopausa. A presença do estrógeno reduz a formação de placas de gordura nos vasos. Dessa forma, enquanto nos homens os casos de infarto são comuns a partir dos 55 anos de idade, na mulher a idade esperada é a partir dos 65 anos. Após essa idade a incidência torna-se a mesma entre os sexos, assim como sua apresentação e gravidade.
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Muito já se debateu a respeito da reposição hormonal, principalmente se a mesma poderia ter um caráter protetor. No entanto, os resultados de estudos ainda são conflitantes e não permitem afirmar seu verdadeiro valor nesse contexto. A reposição hormonal deve ser indicada por um médico ginecologista, avaliando características individuais e familiares. É fundamental, também, destacar a obrigatoriedade de exames antes e durante o uso de hormônios, entre eles a mamografia e a ultrassonografia endometrial.