Asexualidade é um fator que auxilia na construção da identidade pessoal. Desde a adolescência, já se começa esse processo de formação – e ele envolve um conjunto de diferentes questões presentes na vida do ser humano. Podemos dizer que a sexualidade é reforçada pelos fatores biológicos, culturais, de convívio em sociedade e outros conhecimentos históricos que favorecem ou dificultam essa estruturação pessoal. Hoje em dia, as influências são mais questionadas, principalmente pelos jovens da geração Z, ou seja, quem já nasceu junto da internet. Na adolescência, as regras, geralmente, já não são muito queridas, e quando se trata de imposições sociais ultrapassadas, o enfrentamento é ainda mais intenso. É neste contexto que surge a sexualidade fluida.
Sexualidade em cheque
Do termo em inglês genderfluid, na sexualidade fluida, não são aceitas estagnações ou repressões de gênero. Como explica a mestre em sexologia Maristela Poubel, “está relacionada à capacidade de o indivíduo variar seu interesse sexual de um gênero para outro, como se flutuasse entre eles, independente da sua opção ou desejo de mudança”. A especialista cita que, mesmo que a pessoa se sinta atraída por um gênero durante boa parte da vida dela, ela pode, naturalmente, mudar essa preferência. Ou seja, uma mulher, por exemplo, que sempre se sentiu atraída por homens pode, por meio de uma nova experiência, sentir atração por mulheres ou, ainda, por homens e mulheres – tudo pode variar!
Totalmente fluida
A fluidez sexual também é sustentada por uma corrente teórica, surgida por volta dos anos 1990, que propõe a variação das orientações sexuais, a Teoria Queer. Com significado próximo de “estranho”; a palavra queer é uma gíria originária da Inglaterra que era usada para ofender homossexuais. Mas é importante ressaltar que a sexualidade fluida não é necessariamente um ideal com 100% de precisão. Assim como o indivíduo pode mudar sua orientação constantemente, ele pode mantê-la pelo resto da vida seja ela qual for, por um sentimento mais intenso pelo parceiro ou qualquer outro motivo.
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Consultoria: Maristela Poubel, mestre em sexologia
Texto: Giovane Rocha – Edição: Natália Negretti