Você já ouviu falar sobre a esporotricose felina? Essa é uma doença causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que afeta principalmente gatos, mas pode ser transmitida tanto para outros animais quanto para os seres humanos. Popularmente conhecida como “doença do jardineiro”, essa infecção caracteriza-se por meio de lesões na pele, podendo ser fatal para os felinos.
“No início da manifestação clínica as lesões podem ser confundidas com qualquer outro ferimento comum dos gatos, sendo a ferida na pele a principal queixa dos tutores no consultório veterinário. Os animais contaminados apresentam uma ferida profunda, com bastante crosta e de difícil cicatrização”, elucida a médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal, Mariana Raposo.
A transmissão da esporotricose felina ocorre, principalmente, por contato direto com o fungo, que pode ser encontrado no solo, plantas ou madeira em decomposição. Quando o gato entra em contato com esses ambientes, pode contrair a infecção através de arranhões ou mordidas, especialmente se o local estiver contaminado.
Principais sintomas
De acordo com a especialista, a esporotricose felina pode se manifestar de três formas principais:
1. Cutânea
Forma mais comum, se manifesta por meio de lesões na pele, que começam como nódulos que evoluem para úlceras abertas. Geralmente, surgem na cabeça, cauda ou patas.
2. Linfocutânea
O fungo se espalha para os linfonodos próximos às lesões, causando inchaço e dor. Neste caso, as lesões podem seguir as vias linfáticas, formando nódulos ao longo delas.
3. Disseminada
Forma grave e rara da doença, o fungo afeta órgãos internos, como pulmões, ossos e articulações, podendo ser fatal se não tratada rapidamente.
Prevenção e tratamento
A prevenção da esporotricose felina está ligada à redução do risco de exposição ao fungo e ao cuidado contínuo com a saúde do animal. Para minimizar as chances de infecção, os tutores devem adotar algumas medidas simples que reduzem a chance de infecção do pet.
“Primeiramente, é importante evitar que o gato tenha acesso a áreas externas como jardins, terrenos baldios e locais com vegetação densa, que estão mais propensos a abrigar o fungo causador da esporotricose. Ao limitar o acesso do animal a esses ambientes, evita-se o contato com o solo e as plantas contaminadas”, detalha Mariana.
Além disso, manter o ambiente onde o gato vive é essencial. Caso o animal viva em um local com acesso ao quintal, por exemplo, é necessário remover materiais orgânicos em decomposição, como folhas caídas e galhos, ajuda a reduzir a contaminação. Já o tratamento ocorre com o uso de medicamentos antifúngicos orais específicos, seguindo o protocolo estabelecido pelo veterinário.
“É importante que o tutor siga as orientações do profissional e realize o protocolo completo, pois o fungo pode permanecer ativo no organismo do felino mesmo que ele não apresente mais sintomas evidentes”, alerta a médica-veterinária.
Caso note ferimentos, lesões ou alterações no comportamento do pet, o tutor deve procurar a orientação do veterinário o mais breve possível, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento eficaz e evita que a doença se espalhe para outras partes do corpo ou para outros animais.
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