O Alzheimer em cães, chamado de Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), é uma doença que pode atingir os pets idosos, mas poucos tutores reconhecem seus sintomas. Infelizmente, a maioria demora a perceber que essas mudanças podem ter origem neurológica, confundindo os sintomas com “manias da idade”. No entanto, estar atento aos sinais é fundamental para realizar o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado. Abaixo, a médica-veterinária Mariana Raposo, gerente de produtos da Avert Saúde Animal, esclarece como identificar a doença no pet.
O que é o Alzheimer em cães?
O Alzheimer em cães tem como característica a perda gradual de funções cognitivas, como memória, aprendizado e percepção. Assim, o cão fica mais confuso, dorme em horários diferentes e esquece rotinas simples, como onde fica a caminha ou o local das refeições.
Embora comparável ao Alzheimer humano justamente pelos sintomas semelhantes, a condição tem características e causas específicas da espécie. “O que acontece é que o cérebro do animal começa a sofrer um processo natural de envelhecimento, com redução na atividade dos neurônios e diminuição de neurotransmissores importantes, como a dopamina e a acetilcolina. Como resultado, o cão pode apresentar comportamentos diferentes do habitual”, explica Mariana.
Sintomas de Alzheimer em cães
Os sinais mais comuns da condição em cães são:
- mudanças no padrão do sono;
- perda de hábitos de higiene;
- choro frequente e sem motivo;
- desorientação (parece perdido na própria casa);
- desequilíbrio e alterações motoras;
- mudanças no comportamento;
- diminuição na interação com os tutores.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de Alzheimer em cães é realizado a partir da identificação dos sintomas. Ao notar alterações comportamentais persistentes, o tutor deve procurar um médico-veterinário para investigar outras possíveis causas — como dores crônicas, problemas hormonais ou até perda sensorial — e confirmar o quadro de disfunção cognitiva.
Embora não exista cura para o Alzheimer canino, é possível manejar a condição com bons resultados. O tratamento inclui mudanças na rotina, estímulos cognitivos e suporte nutricional. Nesse contexto, a suplementação tem se mostrado uma aliada importante no cuidado com cães idosos, especialmente quando inclui nutrientes com ação comprovada sobre o sistema nervoso central.
“Os ácidos graxos essenciais da família ômega-3, como EPA e DHA, contribuem para a proteção dos neurônios e têm efeito anti-inflamatório. O triptofano, por sua vez, auxilia na produção de serotonina, favorecendo o equilíbrio emocional e ajudando a reduzir sinais de ansiedade ou irritabilidade, comuns em quadros de disfunção cognitiva. Já o extrato de valeriana, de origem vegetal, possui propriedades calmantes que podem ajudar a melhorar a qualidade do sono, especialmente em animais com agitação noturna”, elucida a profissional.
Esses compostos, quando utilizados de forma complementar à rotina do pet e sob orientação veterinária, oferecem suporte relevante à função cognitiva e ao bem-estar comportamental. A escolha da suplementação deve sempre considerar o histórico clínico e o estágio da doença, sendo parte de um plano individualizado para cada animal.
“Além da suplementação, medidas simples no dia a dia também fazem diferença: manter uma rotina estruturada, evitar mudanças bruscas no ambiente, promover estímulos mentais com brinquedos e exercícios leves e, acima de tudo, oferecer paciência e carinho. Esses cuidados ajudam o pet a se sentir mais seguro e confortável, mesmo diante dos desafios que a idade pode trazer”, reforça Mariana.
