Segundo análises laboratoriais realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cerca de 38% dos azeites distribuídos por todo o país possuem alguma irregularidade. O principal problema encontrado é que o que está informado no rótulo não condiz com a real composição dos azeites. Foram avaliadas 271 garrafas de 140 marcas diferentes, comercializadas entre 2015 e 2016 em 12 estados do Brasil. Os lotes de azeites fraudados serão retirados dos mercados e postos de vendas.
Azeites fraudados
As fraudes identificadas envolvem desde a utilização de técnicas inadequadas de fabricação e armazenamento até a adição de substâncias não relacionadas à composição do azeite. Em alguns casos foi verificada a presença de óleos vegetais em produtos que se autocategorizavam como extravirgem, ou seja, de mais qualidade.
Recentemenre, a Proteste fez uma análise parecida e também identificou sete marcas de azeite de oliva adulterada, consideradas impróprias para consumo.
Os produtos de menor preço foram os que mais apresentaram irregularidades. Segundo o Mapa, os azeites fraudados eram vendidos a preços inferiores, porém, não cumpriam com as exigências de composição e fabricação para que fossem considerados extravirgem, por exemplo.
As análises das 271 garrafas foram realizadas nos Lanagros (Laboratórios Nacionais Agropecuários) do Rio Grande do Sul e Goiás.
Azeites
Das 45 marcas com fraude, todas são de fabricação feita no exterior e apenas envasadas no Brasil. A adulteração, portanto, é realizada nos respectivos países de origem, quando o produto já está em estado de fermentação e tem composição está com alto grau de acidez.
Astorga, Carrefour, Almeirim e Conde de Torres são algumas das marcas acusadas de fraudar o azeite.
Andorinha, Aro, Apolo, Borges e Belo Porto estão entre as marcas aprovadas pelos testes.
Multa
Para cada lote de azeites fraudados, a marca recebe uma multa de aproximadamente R$ 5 mil. Em alguns casos, o valor pode chegar a R$ 532 mil, quantidade máxima permitida pela legislação para situações como essa. Os produtos podem ser recolhidos tanto nas fábricas como em pontos de venda para serem submetidos a novas análises. Cerca de 230 mil litros de azeite já foram apreendidos até agora.
Todos os azeites retirados de circulação podem ser retomados pelas empresas após pagarem a multa. Elas ainda terão que rotular de forma correta as embalagens ou sujeitar a substância a um processo de refinamento, tornando o produto puro.
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