De acordo com o ministério da saúde, cerca de 6,5 mil pessoas morrem por ano pelo rompimento de um aneurismo no Brasil. O problema é caracterizado por uma dilatação anormal na parede de uma artéria do cérebro e ocorre quando o fluxo sanguíneo pressiona uma região enfraquecida, formando uma saliência.
Aproximadamente 5% da população possui algum tipo de aneurisma cerebral, porém apenas uma pequena porcentagem dessas pessoas apresenta os sintomas ou a ruptura da artéria. “O aneurisma é uma distorção anatômica da parede de uma artéria. Quando existe uma dilatação patológica localizada na parede dela, dizemos que ali há um aneurisma. Essa dilatação traz fragilidade ao vaso, tornando seu rompimento mais fácil. Um aneurisma pode ocorrer em qualquer artéria do corpo humano, e quando acontecem nas artérias que nutrem o cérebro, chamamos de aneurisma cerebral”, explica o neurologista Leandro Teles.
Por dentro do assunto
Há vários tipos de aneurisma que podem depender do tamanho, da localização, do formato ou da causa. “Existem os aneurismas fusiformes e os saculares. Os fusiformes possuem um formato semelhante a uma elipse, acompanham o trajeto da artéria e, em geral, ocorrem devido a doenças degenerativas (como a aterosclerose). Os saculares têm um formato diferente, parecendo uma bexiga de aniversário. Eles possuem uma parte estreita (colo) que se abre em uma grande ‘bexiga’, chamada de domus. Eles, geralmente, desenvolvem-se por uma fraqueza congênita na parede da artéria e que, associada a fatores ambientais, leva a uma dilatação cada vez maior. Os aneurismas fusiformes tendem a produzir mais trombos (coágulos), que podem se desprender e entupir as artérias, causando isquemia nos órgãos (nos rins, nas pernas). Sua ruptura não é tão frequente quanto nos saculares — que, por sua vez, apresentam como principal manifestação a ruptura com hemorragia”, esclarece o neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
Sintomas
Uma pessoa pode ter um aneurisma cerebral e não apresentar sintomas. Nesse caso, a pessoa só identificará o problema caso passe por uma ressonância magnética ou uma tomografia computadorizada. “Acredita-se que cerca de 3% a 5 % da população desenvolva aneurismas cerebrais durante a vida, sendo a maioria congênitos. Porém, a maior parte deles são pequenos e assintomáticos, sendo desconhecidos pelos seus portadores. Por isso, dizemos que o aneurisma é uma doença quase sempre silenciosa. A manifestação clínica ocorre no momento da ruptura (com sangramento cerebral), ou quando o aneurisma é grande e comprime estruturas ao seu redor, como os nervos”, destaca Leandro. De acordo com o neurologista, o risco de rompimento varia de um caso para o outro, sendo que muitos indivíduos passam a vida toda sem detectá-lo. Apesar de na maioria das vezes não apresentar sinais, existem algumas exceções. Por isso, é preciso estar atento a:
- Dor de cabeça (súbita e intensa)
- Dor associada a atividade física ou sexual
- Náuseas com dor
- Rigidez na nuca
- Alterações visuais
- Perda de consciência
- Confusão mental
- Convulsões
Riscos
O maior problema é quando acontece o rompimento de um aneurisma e, consequentemente, a hemorragia. “Acredita-se que o risco de rompimento esteja em cerca de 0,5% a 1% ao ano, sendo maior para aneurismas grandes (acima de 10mm). Por isso, que o achado de aneurisma em jovens preocupa mais, pois a expectativa de vida é maior, aumentando o risco de rompimento”, frisa Leandro. Além disso, o rompimento do aneurisma pode ser fatal. “Para se ter uma ideia, na ruptura de um aneurisma cerebral, cerca de 40% dos pacientes morrem antes de chegar ao hospital ou nos primeiros 30 dias de internação. Dos 60% que chegam ao hospital, mais da metade apresenta sequelas neurológicas graves na evolução”, alerta Teles.
Fator idade
O aneurisma pode acometer crianças ou bebês. No entanto, o problema é mais frequente em pessoas com idade mais avançada, normalmente entre 40 e 60 anos. O problema pode ocorrer devido a fatores familiares ou por problemas relacionados à saúde, como hipertensão arterial. “O rompimento não é frequente antes da segunda década de vida, porém, não é impossível”, complementa Teles.
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Redação: Alto Astral