Muita gente se confunde a respeito do que é asma e bronquite, dois problemas que afetam as vias respiratórias e apresentam sintomas semelhantes. Com o objetivo de encontrar uma solução para cada um, é preciso esclarecer esse engano, pois existem diferenças nos respectivos tratamentos.
Contra a asma
Embora a exposição a fatores ambientais que causem alergia (ácaros, pelos de animais, cigarro) desencadeie as crises de asma, o problema parte de uma predisposição genética — por isso mesmo, quem tem pai ou mãe asmáticos deve ficar alerta. Sendo assim, o problema não tem cura, porém não significa que seus portadores não possam levar uma vida normal. Para tanto, várias medidas comportamentais precisam fazer parte do cotidiano: evitar cortinas e tapetes que acumulem poeira em casa, beber muita água, não fumar, praticar esportes que fortaleçam a musculatura respiratória (a natação é uma ótima pedida) e, claro, manter distância dos agentes causadores das crises.
Medicamentos também podem vir a ser empregados, dividindo-se em duas categorias: em uma, estão os remédios dilatadores dos brônquios, mais indicados para os momentos de crise; na outra, se encontram os remédios de propriedades anti-inflamatórias, próprios para manutenção e prevenção. No segundo caso, têm melhor efeito as substâncias ministradas por inalação, graças às bombinhas. Que são aliadas valiosas, mas sem sempre bem vistas: “Atualmente, trabalhamos com diferentes medicamentos por meio das bombinhas. São diferentes broncodilatadores e corticoides por via inalatória. Dessa maneira, aumentamos a concentração do medicamento nos pulmões e temos menos efeitos colaterais. É muito importante entender que a bombinha não mata ou mesmo vicia. Isso é um conceito errado”, esclarece a pneumologista Christina Pinho. É muito importante que, uma vez que a doença esteja controlada, o paciente não descuide do tratamento e nem modifique-o por conta própria.
Contra a bronquite
Na bronquite aguda, o problema persiste por cerca de uma a duas semanas. Quando é desencadeada por algum vírus, desaparece sozinha. Se for motivada pela ação de alguma bactéria, talvez exija o uso de antibióticos — inclusive, para que os micro-organismos não se proliferem rumo a outros pontos do sistema respiratório. Além de evitar o contato direto com os agentes causadores, medidas como se hidratar, adotar um vaporizador para o ambiente e tomar medicamentos analgésicos e descongestionantes já ajudam bastante, além de muito repouso. Quando o problema se manifesta por três meses ou mais durante dois anos seguidos, a bronquite já pode ser classificada como crônica, mais perigosa pelo risco de se transformar em uma pneumonia quando não devidamente tratada. Como a fumaça do cigarro é a principal causa, não fumar é um passo decisivo (assim como evitar lugares onde as pessoas estejam fumando, para que você não seja um fumante passivo). Sempre vale lembrar que o cigarro também está relacionado com outras doenças, entre elas o câncer.
Passo a passo
Nebulímetro é o termo técnico para o spray usado no tratamento para asma, apelidado de bombinha. Como seu uso requer certos cuidados, confira algumas dicas:
- Agite bem antes de usar, para que as moléculas do remédio fiquem bem diluídas nos gases do aerosol. O nebulímetro deve ser corretamente posicionado, com o bocal voltado para baixo, de modo que forme a letra “L”.
- Realize a inalação em pé ou sentado, pois fica mais fácil manter a cabeça ereta, para que o jato não seja direcionado para o céu da boca ou garganta. O diafragma também fica mais livre para exercer uma respiração profunda. O aparelho não precisa encostar na boca — o recomendado é manter uma distância de dois dedos.
- Primeiro, expire o ar dos pulmões e posicione a bombinha. Depois, acione o spray ao mesmo tempo em que inspira. Antes de expirar novamente, conte até dez. Nunca libere mais de uma dose do medicamento em uma mesma inalação (o ideal é dar um intervalo de dez minutos). Se for fazer outra inalação, agite novamente e repita os outros passos.
- Enxague a boca ou, de preferência, escove os dentes, ao terminar todo o processo. Isso evita algum tipo de reação de partículas do medicamento, sobretudo os corticoides, que provocam reações adversas com a mucosa da boca.
Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: Christina Pinho, pneumologista
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