Caracterizada por uma tristeza contínua, a depressão atinge cerca de 400 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). As previsões da própria instituição, feitas no século passado, apontavam que em 2030 o distúrbio seria responsável por 9,8% do total de anos de vida saudáveis perdidos para a doença. “Ela pode prejudicar diversos setores da vida do indivíduo, como social, familiar, profissional, pessoal e conjugal. É possível que o paciente desenvolva necessidade de isolamento ou fobia social, tenha problemas familiares por sua irritabilidade excessiva, apresente dificuldades no trabalho pela falta de concentração”, salienta a psicóloga Marcella Mantovani Pazini.
Problema antigo
Engana-se quem pensa que a depressão é uma doença da modernidade, causada pela correria e por tantas responsabilidades atribuídas nos dias atuais. Pelo contrário! Há relatos, inclusive, de que Hipócrates (médico grego que viveu entre 460 e 377 a.C) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia muito intensa, acompanhada de insônia e perda de peso — alguns dos sintomas da depressão.
A doença pode surgir por inúmeros motivos decorrentes do dia a dia. “Fatores biológicos, psicológicos e ambientais têm um importante peso nos quadros depressivos. Do ponto de vista psicológico, a depressão está relacionada a experiências de perdas significativas, como morte de um ente querido, desemprego, perda de um local de moradia ou de status socioeconômico, doença grave ou crônica, ou de algo puramente simbólico e importante para aquela pessoa que não possa ser alcançado ou tenha sido perdido”, explica Marcella.
Sinais de alerta
Ao contrário de muitas doenças que não apresentam sintomas, a depressão vem acompanhada de uma série de sinais no corpo e na vida do portador. “O sintoma central da depressão é a predominância do humor triste e da angústia; o choro costuma ser fácil e frequente. Outros sinais são: visão de mundo pessimista, baixa autoestima, sentimento de incapacidade, irritabilidade aumentada, falta de concentração, insônia ou hipersonia (dificuldade de dormir ou até mesmo sonolência excessiva) e, também, alterações no apetite, que pode estar aumentado ou diminuído, levando ao ganho ou à perda do peso”, frisa Marcella.
Predisposição
A depressão pode atingir qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, cor ou classe social, entretanto, há pessoas que têm maior predisposição do que outras para desenvolver o problema. Existem pesquisas que afirmam que a depressão pode ser hereditária, ou seja, filhos de pais depressivos têm maior probabilidade de apresentar a enfermidade. E o motivo para isso é simples: a depressão está diretamente relacionada à produção do hormônio conhecido como serotonina, que é herdado de maneira hereditária.
Em busca do auxílio
Não se pode pensar que a depressão, em algum momento da vida, vai passar sozinha — também não deve ser encarado como um problema qualquer, já que a vida do portador pode ser afetada definitivamente, levando, em alguns casos, a pessoa a cometer suicídio. Para que o distúrbio seja sanado, é preciso de tratamento. “Ele consiste em psicoterapia, que possibilitará compreender as fontes de angústia e criar defesas eficazes para a melhora efetiva do indivíduo. Esse tratamento tem duração variável, de acordo com a resposta de cada paciente. Quadros mais graves, que necessitam de tratamento medicamentoso com antidepressivos, deverão passar por avaliação psiquiátrica, paralelamente ao tratamento psicológico”, frisa Marcella.
Consultoria: Marcella Mantovani Pazini, psicóloga
Texto: Redação Alto Astral
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