Segundo a psicóloga clínica Graziela Vanni, as crises de ansiedade se intensificam por um período médio de sete minutos. Tempo esse relativamente rápido para quem observa, mas que perdura uma eternidade para o ansioso.
“Após a crise, é bem comum, pelo desgaste cerebral vivido, que a pessoa sinta por mais ou menos três dias sensações depressivas, como desânimo, tristeza, pensamentos negativos constantes”, explica a profissional.
Em situação de desespero
Além de os sintomas da ansiedade serem capazes de causar grandes prejuízos por si só, a reação da pessoa durante uma crise também pode representar um grande risco à ela mesma.
“Se ela tiver comorbidade com algum distúrbio de personalidade, pode querer agredir a quem estiver próximo. Tratando-se da ansiedade, transtorno de pânico ou alguma fobia, ela se enfraquece, não sendo uma ameaça para si ou outros a sua volta”, avalia Graziela.
A utilização de remédios por indicação de pessoas próximas também pode ser um ato de desespero na tentativa de amenizar o sofrimento. Ou, até mesmo, como aponta Letícia, “aumentar por conta própria a dose de uma medicação que já toma, visando atenuar os sintomas rapidamente”. Essa atitude, segundo a psicóloga, é um grande risco, uma vez que os medicamentos contra a ansiedade podem causar efeitos colaterais severos se não administrados de forma correta, com o acompanhamento de um profissional especializado.
E no mais extremo dos casos, se a ansiedade da pessoa estiver relacionada com pensamentos suicidas, na hora do desespero, ela pode vir a se matar. Assim, é possível ter a real dimensão da importância de não deixar que as crises evoluam a tais pontos.
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Texto e entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Ester Torres Nascimento, psicóloga; Graziela Vanni, psicóloga clínica cognitiva-comportamental; Leticia Rapôso, psicóloga, mestre em psicologia clínica, especialista em mediação de conflitos, pós-graduada em terapia de família e em terapia infanto-juvenil.