Hidrocefalia é um tipo de malformação do feto associada ao cérebro. Trata-se do acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR), também chamado de liquor ou fluido cérebro-espinhal, que fica entre o cérebro e o crânio. É um líquido claro, produzido incessantemente nos ventrículos, que ficam na parte interior do cérebro.
Entre suas funções, estão a lubrificação da membrana que envolve o cérebro, a proteção do órgão contra alterações repentinas de pressão (regula a quantidade de sangue dentro do cérebro) e o transporte de substâncias químicas e nutrientes, além de ser fundamental para limpar resíduos tóxicos.
A hidrocefalia pode ser detectada ainda na gestação, especialmente durante os exames de ultrassonografia. No entanto, o mais comum é notar o problema após o nascimento. Em crianças até os dois anos, quando os ossos do crânio ainda não estão completamente formados (“a moleira ainda não fechou”, como se diz popularmente), é possível detectar a patologia visualmente, uma vez que há um crescimento notável da cabeça e a fontanela (moleira) apresenta alterações.
Os sintomas da hidrocefalia
O couro cabeludo do bebê aparentemente se torna mais fino, quase translúcido, com os vasos sanguíneos bastante evidenciados. Outros sintomas são: incapacidade da criança em olhar para cima, ocorrência de vômitos constantes e em jorros, sonolência exagerada e convulsões. Já a partir dos dois anos, os sintomas se tornam mais difíceis de serem notados visualmente.
No entanto, o aumento da pressão intracraniana, em geral, causa dores de cabeça intermitentes, náuseas, vômitos, descontrole motor, distúrbios visuais, dificuldade de concentração, irritabilidade e alterações severas na personalidade. Crianças em idade escolar, além desses sintomas, apresentam uma queda acentuada de rendimento.
Tem tratamento?
É evidente que, aos primeiros sinais dessas anormalidades, deve-se procurar um médico imediatamente. Exames mais detalhados, como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética podem identificar a hidrocefalia com precisão e rapidez. Ao contrário da micro e macrocefalia, a hidrocefalia tem tratamento – quase sempre, cirúrgico, mas também medicamentoso em casos menos severos – e um prognóstico mais positivo.
A maioria das crianças afetadas, se tratadas a tempo e adequadamente, levam uma vida normal, inclusive sem a necessidade de acompanhamento após a adolescência. No entanto, uma parcela pequena sofrem sequelas, podendo apresentar deficiência cognitiva e motora. Nessas ocorrências, em geral, procedimentos fisioterapêuticos podem proporcionar melhoras e até reverter totalmente os danos a longo prazo.
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Texto: David Cintra – Edição: Giovane Rocha/Colaborador