Imagine alguém que sempre teve uma alimentação saudável, rica em vegetais e pobre em carnes gordurosas e produtos industrializados. Essa pessoa dificilmente apresentará as taxas de colesterol alto, certo? Sim, a menos que as questões genéticas interfiram.
O estilo de vida tem grande influência sobre o nível de colesterol, porém a combinação dele com a herança genética pode ser a real causa do problema. Chamada de hipercolesterolemia familiar, a doença atinge uma em cada 500 pessoas no mundo. E esses fatores genéticos acabam influenciando mais nas taxas do que os próprios hábitos.
No Brasil, em torno de 10 milhões de pessoas são afetadas pela doença de caráter hereditário, que prejudica a capacidade do fígado absorver o LDL circulante no sangue. Esse déficit pode causar falhas nos receptores de colesterol presentes no órgão, deixando o LDL livre para circular e acumular-se as artérias, aumentando os riscos de formação de placas de gordura. Para investigar se há predisposição genética, é preciso analisar o histórico familiar: se há parentes de primeiro grau com distúrbios cardiovasculares ou altas taxas antes dos 55 anos, por exemplo. Se esses casos existirem, o melhor é ficar de olho nos níveis desde bem cedo e visitar o médico regularmente.
Fumaça perigosa
Fugir do cigarro é outro hábito de extrema importância. O tabagismo é responsável por 25% das mortes por doença coronariana, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), já que reduz o nível de HDL e aumenta o de LDL. A nicotina, uma das principais substâncias presentes no cigarro, aumenta a aglomeração de plaquetas no sangue, facilitando a formação de trombos que podem entupir artérias do coração e causar um infarto.
Também por causa da nicotina, a produção de óxido nítrico, que é vasodilatador, diminui no organismo, e a pressão arterial se eleva. O hábito de fumar ainda aumenta a quantidade de radicais livres liberados no organismo. Essas substâncias, por serem altamente reativas, modificam a estrutura das células. Nas artérias, essas lesões as deixam mais suscetíveis para acumular placas de gordura – e, aí, surgem os riscos de entupimento.
Tensão exagerada
O nervosismo e a ansiedade frequentes, causados por inúmeros fatores (problemas financeiros, familiares, de saúde, excesso de trabalho e preocupações, por exemplo) são capazes de elevar as taxas de colesterol e a pressão arterial, representando uma ameaça ao coração. O estresse faz o corpo liberar algumas substâncias em excesso, como o hormônio adrenalina, que acelera os batimentos cardíacos; e os radicais livres, que deixam o colesterol no sangue mais propenso à oxidação e, consequentemente, à deposição nas paredes das artérias.
Alimentação desequilibrada
Doces, massas refinadas, pães, açúcar: esses alimentos são ricos em carboidratos, e justamente os do tipo simples, que são rapidamente digeridos e liberam glicose no sangue de uma só vez. Além do aumento de peso, o consumo excessivo de carboidratos simples pode causar uma resistência à insulina (fazendo o indivíduo desenvolver diabetes) e elevar o nível de triglicérides no organismo. Essas substâncias entram em desequilíbrio basicamente pela má alimentação e conseguem derrubar as taxas de HDL, o “faxineiro” das artérias. Manter uma dieta balanceada, portanto, se torna mais uma vez um hábito fundamental: é preciso controlar o consumo de carboidratos refinados e alimentos gordurosos, e caprichar na ingestão de grãos, verduras e legumes.
LEIA TAMBÉM
- Óleos saudáveis: 12 opções que combatem o mau colesterol
- Colesterol elevado nas crianças: como afastar essa mal!
- Sucos contra colesterol: 5 opções para proteger a saúde
Texto: Redação Alto Astral