Litíase, pedras nos rins, cálculo urinário ou renal são os nomes dados para as agregações sólidas de sais minerais e outras substâncias no trato urinário. Essa cristalização dá origem a pedras bem pequenas, que crescem, em forma e velocidade, conforme a concentração das diferentes substâncias químicas presentes na urina.
“Geralmente, os cálculos são formados por sais urinários decorrentes de alterações metabólicas (hereditariedade), associadas à baixa ingestão de líquidos e a uma dieta inadequada”, explica o urologista Francisco Coutinho. O problema atinge cerca de 3% da população, principalmente entre 20 e 40 anos de idade, sendo os homens os principais afetados.
De onde elas vêm?
Além da predisposição herdada de pais e familiares, as pedras nos rins também têm a ver com a baixa ingestão de líquidos e o consumo excessivo de refrigerantes à base de cola, alimentos ricos em sódio (como sal e industrializados), suplementos de vitamina C e carne. De modo geral, uma dieta inadequada aumenta a quantidade de sais minerais no organismo, o que facilita a formação de cálculos.
“Existe um mito de que fontes de cálcio agravassem o problema. Contudo, não há restrição para o consumo de leite e seus derivados, por exemplo”, esclarece Coutinho. Vale lembrar que a regra absoluta no quesito alimentação é beber muita água, pois ela ajuda a diluir a concentração de sais na urina.
Dor da descoberta
“O diagnóstico pode ser feito com a realização de raio-x de abdômen associado à ultrasssonografia das vias urinárias, além de exame simples de urina. Porém, o melhor exame para identificação e mensuração do cálculo é a tomografia computadorizada, que deve ser utilizada com critério, tendo em vista a grande exposição à radiação”, diz o urologista. Embora a descoberta possa acontecer de modo casual, por meio de exames de rotina, é comum o indivíduo descobrir o problema ao sofrer a primeira crise renal.
“A cólica renal ocorre quando o cálculo obstrui o canal urinário (ureter) e impede a passagem de urina, causando sua dilatação. A consequência é uma dor intensa, acompanhada de náuseas e de vômitos. A presença não rara de febre significa uma infecção associada, que torna o quadro ainda mais preocupante”, explica. Durante essa fase, é recomendável que o paciente evite ingerir líquidos, para não agravar a dilatação do canal urinário, e procure socorro médico imediatamente.
Desobstruindo a passagem
Se não tratada, a crise renal pode se agravar, gerando risco de perda da função dos rins e de septicemia (infecção generalizada), que poderá culminar até com a morte. “O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração a repercussão provocada pelo cálculo e o benefício da intervenção”, diz Coutinho. Os tratamentos cirúrgicos disponíveis são: a cirurgia aberta, reservado para casos excepcionais e complicações; a ureterolitotripsia rígida, mais comum, por eliminar os cálculos no ureter responsáveis por crises de dor; nefroureterolitotripsia flexível, procedimento a laser destinado a cálculos no interior do rim; e nefrolitotripsia percutânea, para casos complexos com grandes cálculos renais denominados “coraliformes”.
Desvie das pedras
Apesar da influência genética, é possível prevenir o aparecimento de cálculos renais com mudanças nos hábitos cotidianos. “As principais medidas preventivas são: corrigir alterações metabólicas existentes (alterações na tireoide, obesidade, sedentarismo, alterações dos níveis de cálcio e ácido úrico, uso contínuo de medicações, etc.), aumentar a ingestão de líquidos e aderir a uma dieta equilibrada”, orienta o especialista.
A sabedoria popular diz que o chá da erva quebra-pedra soluciona problemas renais e urinários. Embora não existam evidências científicas que comprovem tal poder, a erva também não é contraindicada para os casos. Seu uso é positivo, no mínimo, por colaborar com a ingestão adequada de líquidos, que é de cerca de 8 copos (250ml) por dia.
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