Lavar as mãos várias vezes ao dia, checar se trancou a porta de casa… O que difere costumes incomuns como esses do Transtorno Obsessivo Compulsivo? É comum confundi-los, porém existem características determinantes que definem o TOC como um distúrbio mental.
Além do que se vê
Os distúrbios de obsessão compulsiva não caracterizam-se apenas por rituais que o indivíduo não consegue deixar de cumprir, como lavar as mãos com grande frequência. Mas, também, por ideias que a pessoa não tira da cabeça, como as superstições associadas ao azar – cruzar a frente de um gato preto, passar embaixo de escadas ou desvirar sapatos. Por isso, muitas vezes, é desafiador fazer o diagnóstico de TOC.
Segundo a psicóloga Juliana Bizeto, “é possível perceber que existem alguns quadros mais aparentes do que outros. Às vezes, a questão de limpeza, por exemplo, é muito mais clara de notar do que ideias obsessivas, pois a pessoa precisa comunicá-las para o diagnóstico”.
No cérebro, o transtorno afeta principalmente o córtico-estriado-tálamo-cortical que, como explica o neurologista Mário Guimarães, “é um circuito que envolve o córtex, estrutura de onde emergem ideias e comandos motores, com os núcleos da base, estruturas essenciais na musculatura em funções nervosas”. Além disso, há uma redução do neurotransmissor serotonina, responsável pelo controle da ansiedade, e um aumento de dopamina, glutamato e acetilcolina.
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Texto e entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Armando Ribeiro, psicólogo; Juliana Bizeto, psicóloga; Mário Guimarães, neurologista e professor de medicina da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo (SP); Sandra Carvalhais, psiquiatra, coordenadora e professora na Faculdade Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (IPEMED) de Ciências Médicas, em São Paulo (SP).