Nos últimos dias, tem sido muito comentado nas redes sociais o conceito de “vínculo fantasma”. O termo foi criado pela psicóloga e professora Tatiana Paranaguá e diz respeito a casos nos quais relacionamentos terminam de forma repentina por vontade de um dos lados, geralmente sem motivos palpáveis.
Isso confunde e magoa a pessoa deixada, já que é inesperado. É diferente, por exemplo, de casos onde um casal já está brigando há algum tempo e então um dos dois decide acabar com o relacionamento.
Segundo o psicólogo e especialista em relacionamentos Alexander Bez, esse “desaparecimento repentino da paixão” causa uma quebra de vínculo que pode trazer traumas para quem fica para trás. Para o profissional, é preciso analisar várias camadas para entender os motivos que levam alguém a largar outra pessoa de repente assim.
“Do lado que de quem toma a decisão, uma das características é a falta de responsabilidade afetiva, empatia e da capacidade de criar vínculos. Todavia, existem muitas outras camadas além dessas e entender as razões por trás de tal decisão demanda um longo e profundo caminho”, diz.
A decisão de terminar pode ocorrer porque as pessoas mudam e o sentimento pode não acompanhar isso. Ou então, porque o indivíduo tinha uma visão idealizada de seu par e a paixão some quando ele percebe seu engano.
De qualquer forma, o mais indicado emocionalmente, para ambos, é conversar sobre o assunto com o parceiro, e não simplesmente terminar tudo sem explicações.
Vínculo fantasma X Ghosting
Muitas pessoas acabam confundindo o vínculo fantasma com outro termo bem comentado recentemente, o ghosting. Porém, há diferenças, mesmo que ambos tenham a ver com um “desaparecimento repentino”.
Isso porque, no ghosting, a pessoa que “some” nem sequer chega a terminar o relacionamento explicitamente. Ela simplesmente desaparece e para de responder mensagens do par. Assim, ele costuma ocorrer no início da relação, muitas vezes quando as partes nem chegaram a se ver pessoalmente. Já o vínculo fantasma pode ser em diferentes estágios da relação.
“Um ponto importante é que o ‘vínculo fantasma’ e o ‘ghosting‘ não devem ser confundidos com situações em que um dos cônjuges estava sinalizando ou verbalizando sua insatisfação com o relacionamento, mas o outro parceiro não conseguiu ou preferiu não enxergar. Com a falta de entendimento, a parte que se sente infeliz pode ter ações mais duras e definitivas”, finaliza Alexander.