A inteligência emocional é uma habilidade importante para a vida adulta, mas que é ignorada no processo de desenvolvimento infantil. Descrita como a capacidade de identificar, compreender e gerenciar as próprias emoções e as emoções dos outros, essa habilidade nos ajuda a enfrentar desafios, melhorar relacionamentos e manter o equilíbrio emocional.
“Quando uma criança aprende a identificar o que sente e a expressar isso de maneira adequada, começa a desenvolver uma base sólida para a vida adulta”, explica a pedagoga Carolina Paschoal, diretora da Escola Pedro Apóstolo. “Essa consciência emocional é essencial para a construção da empatia, do autoconhecimento e da capacidade de resolver conflitos com mais equilíbrio”, completa.
Considerando a importância do tema para o desenvolvimento integral das crianças, a especialista sugere seis hábitos que ajudam a estimular a inteligência emocional desde cedo:
Nomear as emoções
Ensinar a criança a identificar e nomear o que está sentindo é o primeiro passo para desenvolver a inteligência emocional. Ao dar nomes aos sentimentos — como tristeza, raiva, alegria, frustração — a criança começa a compreender melhor suas reações e a se comunicar de forma mais assertiva. “Perguntas simples como: “O que você está sentindo agora?” ou “Isso te deixou chateado?” ajudam nesse processo de autoconhecimento”, explica Carolina.
Validar os sentimentos
É comum que adultos tentem amenizar o sofrimento infantil dizendo frases como “isso não é nada” ou “não precisa chorar”. No entanto, validar as emoções da criança é essencial para que ela se sinta segura e compreendida. É importante mostrar empatia e ensinar as crianças que sentir é algo legítimo e saudável.
Dar o exemplo
Crianças aprendem principalmente observando os comportamentos dos adultos ao seu redor. Por isso, pais e educadores que demonstram equilíbrio, empatia e autocontrole no dia a dia ajudam a formar crianças emocionalmente conscientes. Mostrar como você lida com a raiva, fala sobre sentimentos ou resolve conflitos é um poderoso modelo de aprendizado.
Estimular a empatia
A empatia é uma das competências centrais da inteligência emocional. Por isso, incentivar a criança a se colocar no lugar do outro ajuda a desenvolver respeito e sensibilidade social. “Os pais podem refletir junto com as crianças sobre algo que a esteja incomodando e fazer perguntas como “você gostaria que fizessem isso com você?” e “como você acha que seu amigo se sentiu com isso?” que estimulam a reflexão”, sugere a pedagoga.
Contar histórias que abordem emoções
Livros, filmes e contos infantis são excelentes ferramentas para introduzir temas emocionais. Ao acompanhar personagens que enfrentam desafios, lidam com perdas, superam medos ou celebram conquistas, a criança consegue elaborar suas próprias emoções de forma lúdica. Após a história, conversar sobre o que foi visto aprofunda ainda mais o aprendizado.
Ensinar estratégias para se acalmar
Ajudar a criança a reconhecer quando está perdendo o controle e ensiná-la técnicas de autorregulação emocional é fundamental. Respirar profundamente, contar até dez ou se retirar por alguns minutos são estratégias simples, mas eficazes. Ter um “cantinho da calma” em casa ou na escola também pode funcionar como um espaço de retomada do equilíbrio.