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Confundir comportamento com sofrimento real não só atrapalha o cuidado, como pode causar danos emocionais duradouros
Lidar com crises em crianças no espectro autista é um desafio que afeta famílias - Foto: Shutterstock

Comportamento

Birra x crise autista: especialista explica a diferença

Confundir comportamento com sofrimento real não só atrapalha o cuidado, como pode causar danos emocionais duradouros

Explosões emocionais, gritos, choros intensos, recusa em obedecer. Para muitos pais e cuidadores, essas cenas são automaticamente interpretadas como birra. Mas nem todo comportamento desafiador é pirraça. Em muitos casos, trata-se de uma crise autista que exige uma resposta completamente diferente.

A pediatra Gesika Amorim, pós-graduada em neurologia e psiquiatria, com especialização em tratamento integral do autismo e neurodesenvolvimento, explica como diferenciar a birra e a crise autista. “Entender a origem do comportamento é essencial para reagir de forma empática e funcional”, destaca a médica.

O que é birra?

Segundo a pediatra, birra é um comportamento comum em crianças, autistas ou não. Trata-se, basicamente, de uma forma de expressar frustração ou de tentar obter algo desejado. O padrão é facilmente reconhecível:

  • Tem intencionalidade: a criança quer manipular a situação para atingir um objetivo;
  • É passageira: a birra costuma cessar rapidamente após a conquista (ou perda) do que foi desejado;
  • É estratégica: aparece em locais onde os cuidadores estão mais propensos a ceder, como lugares públicos;
  • Tem rápida recuperação: após o episódio, a criança geralmente volta ao comportamento normal.

O que é a crise autista?

Diferente das birras, crises autistas não têm caráter manipulativo, mas sim reação involuntária e intensa a sobrecargas sensoriais, emocionais ou cognitivas. De acordo com Gesika, elas costumam envolver: 

  • Estímulos insuportáveis: como luzes fortes, sons altos, mudanças abruptas na rotina ou situações de estresse extremo;
  • Duração prolongada: a crise pode persistir mesmo após o estímulo ser retirado;
  • Ocorrência imprevisível: pode surgir em qualquer ambiente, inclusive em locais seguros e familiares;
  • Recuperação lenta: a pessoa pode precisar de tempo, silêncio e descanso para se recompor totalmente.

“Tratar uma crise autista como birra pode causar ainda mais sofrimento e desregulação emocional à criança”, explica Gesika. 

Como agir diante de uma crise autista?

Lidar com uma crise exige sensibilidade, estratégia e, acima de tudo, empatia. A pediatra Gesika Amorim lista algumas orientações essenciais:

  • Mantenha a calma: sua tranquilidade ajuda a desacelerar a crise; use voz baixa e pausada; respiração profunda pode ser útil;
  • Identifique o gatilho: tente reconhecer o que provocou a crise — barulho, luz, dor, fome, frustração ou quebra de rotina;
  • Crie um ambiente seguro: leve a criança para um local silencioso, com pouca luz, afastado de estímulos;
  • Não force interações: respeite o tempo da criança; pressionar pode agravar o estado de desorganização emocional;
  • Use comunicação visual: para crianças não verbais ou em crise, cartões com imagens ou gestos simples podem ajudar na compreensão;
  • Ofereça acolhimento e depois oriente: após o episódio, o foco deve ser o vínculo, e não a punição.

“Compreensão e acolhimento são sempre mais eficazes do que repreensões. Conhecimento é a chave para uma convivência saudável com pessoas autistas”, conclui a especialista.

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