Recentemente, a ex-BBB e cantora Juliette Freire revelou seu diagnóstico de condromalácia patelar, uma doença também chamada de condropatia patelar que dificulta que ela faça exercícios por conta das dores. “Tenho isso desde criança. A cartilagem entre os ossos desgasta. Faz um barulho horrível quando eu agacho”, disse ela.
Mas, afinal, o que é essa condição e por que ela causa dores? Segundo o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, na doença, ocorre um dano na cartilagem do joelho que culmina no amolecimento dessa estrutura. “Isso limita de forma significativa os seus movimentos, podendo causar dores e estalos”, explica o membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Muitas pessoas, inclusive, confundem a condromalácia patelar com a artrose, entretanto elas não são a mesma condição. “Contudo, a artrose é um desgaste difuso da cartilagem, com inflamação e alteração nos outros tecidos da articulação (menisco, osso, ligamento), o que significa que a condropatia patelar pode aumentar a predisposição à artrose”, comenta o especialista.
Além disso, a condropatia afeta mais adultos jovens, e a artrose mais idosos. “Em geral as mulheres têm dores nos joelhos mais frequentemente, especialmente relacionadas à condropatia e à artrose”, diz o médico.
Uma das principais dificuldades com relação a lesões na cartilagem é que esse tipo de tecido tem potencial de regeneração muito limitado. Os principais sintomas da condropatia patelar incluem dor, inchaço, estalo, sensação de atrito e de que há algum objeto dentro do joelho. Movimentos de subida, descida e agachamento costumam causar dor aos pacientes.
Prevenção
O Dr. Marcos Cortelazo explica que, para evitar o problema relatado por Juliette, é preciso tomar algumas medidas importantes. Isso inclui manutenção de um peso ideal para diminuir o estresse físico sobre o joelho, fortalecimento da musculatura ao redor do joelho e prática de atividades físicas.
“Nas academias, os exercícios de extensão de perna ajudam a fortalecer e alongar o quadríceps (músculo anterior da coxa) e são bons para o fortalecimento da região”, ressalta o médico.
Tratamento
O tratamento dessa condição costuma visar proteger a articulação e tratar os sintomas, podendo ser cirúrgico ou não. “O tratamento não cirúrgico pode incluir fisioterapia, exercícios de fortalecimento, controle de peso, medicamentos e a infiltração, que consiste na aplicação injetável de substâncias como ácido hialurônico”, diz o ortopedista.
Todavia, em certos casos, a cirurgia se faz necessária para que a pessoa possa ter uma boa qualidade de vida. “Nela uma pequena câmera (artroscópio) é inserida na articulação do joelho. Então, por meio de pinças e cautérios, as lesões da cartilagem podem ser reparadas e regularizadas para diminuir o atrito e a dor no joelho. Por fim, é também possível fazer o realinhamento da patela”, comenta o médico.