As oscilações de temperatura e da umidade do ar durante o inverno impactam diretamente a saúde da pele e do couro cabeludo. É nessa época do ano que os cuidados precisam ser redobrados, principalmente para prevenir condições dermatológicas inflamatórias como rosácea, dermatite seborreica, psoríase e dermatite atópica.
De acordo com a dermatologista capilar e médica tricologista especialista Natasha Veloso, fundadora do espaço Oasyum – Refúgio Urbano de Saúde e Bem-Estar, o primeiro passo é adaptar a rotina de skincare e haircare às estações do ano. “Um erro comum é acreditar que o produto que usamos em janeiro servirá em julho. Não serve. O inverno altera completamente o comportamento da pele e do couro cabeludo”, explica.
A especialista destaca que, com a baixa umidade e a queda de temperatura, a pele tenta compensar a perda de hidratação produzindo mais oleosidade. Esse desequilíbrio pode resultar em inflamação e aumento de fungos, o que favorece descamações ao redor do nariz, orelhas, sobrancelhas e couro cabeludo.
“É o cenário perfeito para a dermatite seborreica, que piora a descamação, inclusive a do rosto (algo pouco comentado), mas muito comum nos meus atendimentos”, alerta a especialista.
Cuidados com a pele e cabelo no inverno
Devido a ocorrência desses problemas durante o inverno, a médica destaca alguns cuidados fundamentais para cuidar da pele e cabelo na estação, como evitar a lavagem excessiva do rosto e do couro cabeludo. Segundo ela, lavá-los com maior frequência ou usar produtos secativos pode agravar a oleosidade na região. “Não é ressecando que tratamos a inflamação. É justamente a falta de hidratação que está alimentando esse ciclo”, orienta Natasha.
Por isso, a orientação para cuidar da pele e cabelos no inverno é reforçar a hidratação com produtos mais potentes e específicos para o frio, como cremes com ácido hialurônico ou alfa-hidroxiácidos (AHAs), e adaptar também o protetor solar e o sabonete facial, de preferência versões mais emolientes. “Serums costumam ter baixa oleosidade e, no inverno, nem sempre são suficientes. O ideal é personalizar cada escolha”, afirma.
Além disso, a médica reforça que qualquer mudança de rotina deve ser feita com acompanhamento profissional. “Seja para pele ou cabelo, o ideal é realizar um diagnóstico completo da pele e do couro cabeludo. Cada paciente tem um histórico clínico, hormonal e sensorial único, que exige um plano de cuidados feito sob medida, o que eu chamo de recuperação capilar e dermatológica personalizada.”
Por fim, a dermatologista capilar faz um alerta sobre o uso excessivo de produtos com efeito matte ou extremamente secativos. “No inverno, não precisamos de bases ultra secas ou protetores com toque aveludado. Precisamos de fórmulas que entreguem proteção com hidratação e isso vale para a pele e para o couro cabeludo”, finaliza Natasha.
