De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de depressão e ansiedade cresceram em 25% durante a pandemia da Covid-19. O estresse, o isolamento social e o luto foram alguns dos principais motivos para que as pessoas, principalmente jovens e mulheres, tivessem a saúde mental mais afetada nesse período. Assim, nesse ano, o Setembro Amarelo e a conscientização que ele traz se fazem ainda mais necessários.
Iniciado em 2015, o Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Seu objetivo é justamente mostrar os riscos de transtornos mentais como a depressão, que estão ligados a 96,8% dos casos de suicídio no Brasil, segundo a ABP.
A partir desses dados, já é possível perceber o quão importante é esse movimento, assim como a compreensão sobre os sintomas ligados à saúde mental e como podemos cuidar da nossa mente no dia a dia para combater a depressão. Veja mais informações sobre o tema a seguir:
Sinais que precisam de atenção
Segundo a pediatra Gesika Amorim, pós-graduada em neurologia e psiquiatria, o primeiro sinal de uma saúde mental abalada pode ser um desconforto consigo mesmo. “Muitas vezes, alterações do ritmo alimentar, com aumento ou diminuição da fome, um cansaço excessivo, uma exaustão e uma sensação de que não vai dar conta já podem ser indicativos”, explica a especialista.
Além disso, é claro, é preciso estar atento aos sintomas específicos de certos transtornos mentais. A terapeuta Ivana Cabral, formada em psicologia positiva em Frankfurt, na Alemanha, diz que no caso da depressão, por exemplo, os principais sinais incluem:
- Distúrbios de sono, como a insônia ou a sonolência excessiva;
- Dificuldade de concentração;
- Baixa autoestima;
- Fadiga ou perda de energia constante;
- Alteração de peso, provocando o ganho ou a perda de quilos de uma forma não intencional;
- Pensamentos suicidas.
Como preservar a saúde mental?
Segundo Ivana, um dos principais cuidados que podem ser tomados para cuidar da saúde mental e combater a depressão é a terapia. Desse modo, desabafar e conversar com outras pessoas sobre as suas dores também pode ser de grande ajuda. “Não guarde os seus sentimentos para si, não precisa sentir vergonha deles, não guarde as suas dores. Encontre pessoas queridas e que você confie para desabafar, assim irá se sentir mais forte para enfrentar a depressão”, afirma a terapeuta.
Além disso, o autocuidado e uma vida saudável também são bons aliados de uma saúde mental em dia. E, por fim, é importante saber como buscar ajuda se necessário. Nesse sentido, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma boa opção, viu? A associação de apoio emocional e prevenção do suicídio pode ser contatada presencialmente, por meio do seu site ou do número de telefone 188.
Fontes: Gesika Amorim, mestre em educação médica e pediatra pós-graduada em neurologia e psiquiatria, com especialização em tratamento integral do autismo, saúde mental e neurodesenvolvimento; Ivana Cabral, terapeuta formada em psicologia positiva em Frankfurt, na Alemanha; e Saúde em Dia.